A nossa história de hoje acontece no lugar muito inusitado. Na manhã daquele outono havíamos sido o presente de uma grande agência de publicidade para uma famosa emissora de TV que comemorava seus 40 anos de existência.
Tocamos clássicos eruditos e populares das 9h às 18h e na sequência teríamos uma serenata super especial. A noite prometia ser muito diferente, afinal a serenata aconteceria num cabaré e a contratante era Michele, uma funcionária de lá. Chegamos em dupla com violão e sax cantando as canções carinhosas jamais imaginadas para um bordel.
O pedido visava homenagear a dona do espaço, onde todas as meninas seriam cúmplices dessa mesma emoção. Subimos os andares escuros, e lá estavam elas ao lado de Patrícia, que surpresa olhava com curiosidade para nós. Afinal, acreditamos que ela jamais tinha visto dois rapazes de cartola, casaca e tocando em seu espaço canções tão carinhosas direcionadas especialmente para ela. Vimos uma cena muito diferente: As meninas, quase nuas de corpo, já estavam nuas de alma chorando abraçadas à Patrícia que também se emocionava muito com as canções e com a mensagem preparada para ela dizendo:
Somos jovens aprendizes que amamos você. Nos acolheu e se revelou nossa grande mãe, dando conselhos e nos preparando para a visão de amor tão difícil no mundo lá fora e impossível no mundo aqui dentro. Muito obrigado por ser essa pessoa tão maravilhosa em nossas vidas. Levaremos você sempre conosco para onde formos porque você já faz parte de nossas vidas e nossas histórias.
No final Patrícia agradece a todas as meninas muito emocionadas e elas por sua vez também nos agradecem e nos convidam para conhecer os serviços da casa em uma futura oportunidade. Depois de muitas lágrimas, abraços e beijos percebemos um calor totalmente diferente na relação de vida daquelas vidas. Sinal claro de que a música potencializa as emoções, esteja você onde estiver deixando o seu recado e sua mensagem.
Texto – Fredi Jon Acompanhe o Minuto Serenata no YouTube no canal SERENATA & CIA com mais este tema e com narração de Valdecir Almeida