Este ciclo tem por objetivo a apresentação de um painel de palestras sobre a Música do Ocidente em forma de tríptico, como expressão sofisticada de seu contexto social, político, econômico, filosófico e religioso ao longo de sua produção culta nos últimos 450 anos, enriquecido pela projeção de muitas imagens em slides, incluindo quadros de época e gravações importantes de obras musicais.
Neste último evento nós partiremos da Revolução Industrial na segunda metade do século XIX, para explicar como a experiência com a velocidade causou a aceleração do tempo, tornando a vida cada vez mais veloz e não dando mais lugar às realidades estabelecidas e imutáveis do Classicismo, ou ideais e imaginadas do Romantismo: antes, essa mesma realidade, sob o olhar contemporâneo, era captada de maneira imediata e perceptual, apreendida através dos sentidos e das sensações. Foi aí que, em meio àquelas circunstâncias, começou a impor-se uma nova maneira de olhar, sentir e pensar a realidade a partir de impressões, perspectiva que daria início ao movimento impressionista, gerado pelo olhar ao receber a impressão do objeto, captado sob o impermanente da luz e da velocidade. O que começava com Claude na pintura (Monet), seria seguido por um outro na Música: Claude Debussy.
Tal olhar, em todos os setores da vida e da sociedade, fazia com que as novas gerações não mais acreditassem na existência de uma realidade permanente, independente e imutável, pois que, agora, esta realidade dependia da percepção individual. Assim, o novo olhar gerado pelo Impressionismo tornou a realidade, ‘sólida’ e à frente de todos, refém da percepção individual, abrindo as portas de muitos mundos pessoais, conduzidos pelas próprias luzes, o que fragmentou o olhar comum, produzindo novos e cada vez mais olhares individualizados para a mesma realidade, multiplicando expressões estéticas que passaram a conviver numa mesma geração e local, chamadas então, genericamente, de “modernistas”.
Assim nasceu o Modernismo, como um painel de expressões estéticas tão distintas como o Cubismo e o Fauvismo; o Surrealismo e o Concretismo; o Futurismo e o Dadaísmo, o Expressionismo e o Abstracionismo etc. A partir daí, identificaremos os caminhos que a Música precisou percorrer em meio à nova Torre de Babel na primeira metade do século XX, a qual levou o Ocidente à “Mãe de Todas as Guerras”, como assim foi chamada a Primeira Guerra Mundial.
Serviço: ‘Do Barroco ao Modernismo os caminhos tortuosos da Música ocidental’
Palestra III – O IMPRESSIONISMO E O MODERNISMO MUSICAIS
Direção musical e apresentação: Maestro Ricardo Rocha
Produção: Sociedade Musical Bachiana Brasileira
Apoio Institucional: Centro Cultural Justiça Federal, CCJF
Av. Rio Branco, 241 Centro, Cinelândia
Quinta-feira , 27 de junho de 2019, das 18h30 às 21h
Ingressos: R$ 40, por pessoa
Foto: Divulgação