Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Este é o quinto dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta faz parte do compromisso assumido por 193 países durante a cúpula das Nações Unidas, realizada em 2015. Nela foram definidos, além dos objetivos, 169 metas para se alcançar o desenvolvimento sustentável do mundo até 2030. O tema, inclusive, foi abordado pela diretora geral do Diário do Rio, Ana Cristina Campelo, em palestra sobre o ODS 5, durante evento de premiação da ALAQ (American Latin Quality Institute).
Igualdade de gênero significa que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e deveres. Também conhecida como igualdade sexual, esta é considerada a base para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e discriminações. E incluiu o combate expresso a problemas como exploração sexual e práticas como casamentos forçados e prematuros e mutilação genital.
Mas a realidade ainda está longe deste ideal. Na África Subsaariana, Oceania e Ásia Ocidental, meninas ainda enfrentam barreiras para entrar tanto na escola primária quanto na escola secundária. Mulheres na África do Norte ocupam menos de um a cada cinco empregos pagos em setores que não sejam a agricultura.
No Brasil, pesquisas apontam que seguimos sendo um dos países cuja igualdade de gênero possui maior defasagem no mundo. O Relatório sobre Desenvolvimento Humano, levantado pelas Nações Unidas em 2017, mostra que em nosso país as condições de vida para o sexo feminino não são favoráveis. Elas recebem cerca de 25% a menos do que os homens em trabalhos semelhantes aos deles.
As mulheres também repetem a lógica da desigualdade no quesito violência. Em levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS), são registradas uma denúncia de violência contra a mulher a cada sete minutos. Além disso, há ainda a falta de representatividade política, que está longe de uma equidade com o sexo masculino.
Transformações
a passo lento
O fato é que, apesar de tantos esforços mundiais, muito ainda há que ser feito. De acordo com ranking da ONU, nenhum país no mundo terá alcançado a igualdade entre os gêneros até 2030. Mesmo entre os líderes da avaliação, as nações nórdicas, nenhum alcançará as metas previstas em 14 dos 17 objetivos da ONU.
Entre os 129 países que compuseram o ranking, o Brasil ficou em 77º lugar – na América Latina, atrás do Uruguai (32º), Chile (39º), Costa Rica (44º), Argentina (47º), Paraguai (55º), Colômbia (57º), Equador (58º), Panamá (63º), México (64º), Peru (66º) e Bolívia (68º).
“Mas, com apenas 11 anos até o prazo final para os resultados, nosso ranking estima que nenhum desses países está transformando suas leis, políticas e orçamento público na escala necessária para alcançar a igualdade de gênero até 2030”, explicou Alison Holder, diretora do Medidas Igualitárias 2030 (Equal Measures 2030), uma associação da ONU com o setor privado.