A carreira política do presidente peruano Pedro Castillo, atolado até o pescoço em corrupção durou pouco. O voto popular que o levou ao poder o tirou. Mas ele tentou se manter através de um “golpe”, ao dissolver o congresso prontamente rechaçado pelos valentes parlamentares e pelo judiciário respeitador da Constituição peruana. Prevaleceu a democracia na América Latina.
Já não podemos dizer o mesmo de nossa democracia, ou melhor, ao que ainda resta dela. Instituindo um Novo AI-5, os imperadores do STF, sob o ilegal “inquérito do fim do mundo” e “manifestações antidemocráticas”, estão aterrorizando o povo e seus representantes eleitos com o voto popular. Estamos diante de um verdadeiro golpe à democracia que teve seu início com a anulação de dezenas de condenações e a libertação dos condenados na “Lava Jato” e do “Mensalão”.
Os golpistas e ditadores da vez, (leia-se STF), estão atuando com a permissão dos acovardados e traidores do povo os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco e do Câmara, Arthur Lira e agora com mais um ditador, a velha raposa, o senador Renan Calheiros, que apresenta uma proposta de emenda à Constituição para revogar a cláusula pétrea da livre manifestação do pensamento, cassar direitos civis e políticos e legalizar os atos ditatoriais do STF. Querem legalizar o tribunal (STF) de exceção, ou seja, legalizar os atuais atos do Tribunal de inquisição e condenar qualquer cidadão que se manifeste contra essa estrutura esdrúxula.
Com apoio dos acovardados congressistas vão cassar direitos civis, mandatos políticos, afastar prefeitos, prender deputados opositores, cecear a livre manifestação do pensamento, com o propósito de criminalizar às liberdades, ao direito de protestar livremente. Em suma, é enterrar de vez a democracia.
Estou imaginando qual seria o destino por exemplo dos saudosos humoristas Jô Soares, Chico Anísio e os Cassetas. Estariam todos no paredão de fuzilamento autorizado pelo SS e imperador Alexandre de Moraes e a polícia federal cumprindo a ordem.
O pacote do Renan Calheiros tem o propósito também de criar uma defesa intransponível dos interesses dos parlamentares, assim como ele, condenados por corrupção. Para alguns comentaristas políticos, “a proposta vai aumentar os poderes do STF, dando-lhe a prerrogativa e atribuição de julgar “infrações contra o Estado Democrático de Direito”. Pelo projeto, vai ser crime xingar políticos e autoridades.
Muito me preocupa é a passividade de determinados órgão de imprensa e da sociedade organizado – leia-se os partido ditos de esquerda, sindicatos, UNE, UBES, OAB, a classe artística, que outrora, tiveram atuações preponderantes no combate à Ditadura Militar.
Onde estão?!