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Opinião: O SNI e o STF

Foto: Marcelo Camargo

Há 60 nos, quando os militares assumiram o poder, foi criado um dos maiores órgão de repressão dos “anos de chumbo”, o Serviço Nacional Informações (SNI).

À serviço dos “milicos”, o SNI tinha como propósito a identificação e vigilância dos opositores ao regime instalado em 64, e o serviço de inteligência era mais uma garantia da doutrina da segurança nacional.
Órgão de repressão e de orientação no combate ao ‘inimigo interno’, tinha como propósito a caça aos ‘comunistas’, em todas as áreas da sociedade organizada e não poupou esforços para reprimir qualquer tipo de crítica, oposição e denúncias contra o regime ditatorial, bem como a repressão aos movimentos reivindicatórios por direitos e reformas sociais. O órgão foi extinto em março de 1990.
Estruturado pelos militares, foi criado para combater a subversão e proteger o Estado contra ameaças internas e externas”, porém, se destacou num imenso aparato repressivo, desempenhando ações vinculadas à repressão política e sessões de tortura.
Ao desempenhar o papel de espionagem da ditadura, atuava no interior das de universidades, na censura e na manipulação de informações, controlando a mídia e a propaganda estatal. Censurava notícias desfavoráveis e promovia narrativas que exaltavam a moralidade e a eficiência dos militares, transformando-se em uma violenta máquina repressiva utilizando-se de métodos muito atuais nos dias de hoje, tais como: chantagem, pressões de todos os tipos, ameaças, prisões indiscriminadas sem o devido processo legal e até atentados.
Investigava qualquer um que fosse considerado suspeito, com informações vindas de extensa rede de agentes e informantes espalhados por todo o país, Participava dos episódios violentos da repressão em parceria com os órgãos do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), conhecidos pela prática de tortura contra opositores do regime.

E o SNI mudou de nome, agora é STF!

A atuação dos imperadores de toga a serviço do governo federal, não se diferencia muito das ações do SNI. Em nome de defesa da democracia, impõe-se um violento regime de repressão com ameaças e perseguição, investigações e prisões por supostos crimes de “tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Abertura do “inquérito das Fake News”; prisões por supostos atentados contra o Estado Democrático de Direito nas manifestações ocorridas em 8 de janeiro de 2023; Desrespeito à Constituição com agressão às liberdades de imprensa e opinião, imposição de medidas explícitas de censuras e prisões arbitrárias; Promoveram o resgate do “inimigo interno”, todos que ousam a exprimir opiniões ou praticar atos contrários ao atual regime político, executando prisões políticas com julgamentos no Tribunal de Exceção, principalmente em episódios em que os ministros do STF se colocam ao mesmo tempo como vítima, acusador e juiz; Bloqueio financeiro dos opositores ao regime por determinação dos ministros imperadores sob o comando do grande imperador Alexandre de Moraes.
Paralelamente esses mesmo imperadores anularam as condenações de corruptos e corruptores condenados à prisão pela prática de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato, corrupção passiva ou ativa, gestão fraudulenta, falsidade ideológica, formação de quadrilha etc, e foram condenados pelo STF.
E o poder emana do STF!

Liberdade para Débora

Com um batom pichando a frase ‘Perdeu Mané’ na Estátua da Justiça’, em frente ao STF, a cabeleireira Debora Rodrigues dos Santos, mãe de dois filhos, de 6 e 9 anos, sem julgamento está presa a mais de 1 ano, sob a acusação dos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado, e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.
A ordem de prisão partiu do imperador togado Alexandre de Moraes, que como autentico imperador, é ele que faz as leis. Os milicos deixaram discípulos.

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