Durante a década de 80, o Brasil se deparou com a estagnação econômica e teve uma aceleração nas suas taxas de inflação. Chegando, em fevereiro de 1990, ao nível de 73% a.m. (medido pelo IPC).
A crise econômica que se instalou produziu uma hiperinflação e consequentemente um desequilíbrio financeiro e estrutural do setor público, provocado principalmente pelo seu elevado nível de endividamento.
Hiperinflação que chegava a quatro dígitos por ano acarretava um descontrole total dos preços afetando principalmente os gêneros de primeira necessidade, como o arroz, feijão, carne, leite, pão, café, óleo de cozinha, e os alimentos de forma geral. O descontrole dos preços era tão evidente, que os mercados remarcavam os preços três, quatros vezes ao dia, ou seja, de manhã o preço de arroz e do feijão era um, a tarde já era outro no dia seguinte outro. Quem viveu esse caos sabe muito bem o estrago na economia causado pela hiperinflação. Esse era o panorama econômico antes do Plano Real, que veio para estabilizar a inflação, melhorar os indicadores sociais e diminuir as incertezas.
Foi nessa ocasião que surgiu a figura do “fiscal do Sarney”, título popular do controle de preços no comércio varejista pelo cidadão consumidor, por ocasião do lançamento do Plano Cruzado, em 1 de março de 1986, pelo então presidente, José Sarney, onde cada cidadão assumia ser um fiscal dos preços. Para conter a inflação descontrolada, o Plano Cruzado, dentre outras medidas, “congelou” o preço das mercadorias. Em muitos casos chamavam a polícia, que decretava ordem de prisão aos responsáveis pela remarcação dos preços e a interdição do estabelecimento comercial.
A situação econômica hoje, sem querer criar um clima de alarde, mas fato é que estamos caminhando a passos largos para uma hiperinflação com a alta dos preços dos gêneros de primeira necessidade, e a solução que o governo apresenta é a substituição de um alimento por outro, ou seja, a picanha está cara, coma frango e se o frango está caro, coma ovos, e se os ovos estão caros, alimente-se de abóbora ou faça dieta.
Mas, nossos governantes estão preocupados com as redes sociais, formulando propostas de controle que na verdade não passam de mais uma forma de censura e os milicos supremos do STF, tratando baderneiro como golpista.
Achando pouco e ignorando as economias do povão sendo corroídas pela inflação, o governo e os milicos supremos, compraram brigas desnecessárias com o “Tio Sam”, que está ameaçando sanções contra os produtos brasileiros, ou seja, contra o Estado brasileiro, o que sem sombra de dúvidas afetará a nossa a economia aumentando ainda mais inflação.
Enquanto os milicos do STF estiverem mandando e desmandando, substituindo o presidente da República, tomando decisões e implementado políticas nocivas aos interesses do povo, não se pode vislumbrar uma saída para conter a alta dos alimentos.
O resultado desta desgovernança política implementada pelo executivo em conluio com o judiciário, instalou-se o caos social, afetando economia e os bolsos dos cidadãos, aprofundando a insegurança refletida no aumentando da criminalidade.
É um conjunto de situações nocivas aos anseios populares, que afetam os cidadãos mais pobres, os mais oprimidos, e os que conseguem sobreviver com um salário mínimo para se sustentar, e ainda ter que sustentar uma máquina estatal a serviços dos poderosos banqueiros e empreiteiras, e os milicos das forças armadas. Se comportam como um bando de parasitas.
A Carta Magna estabelece amplamente que o Estado serve o povo e não o contrário. O Estado não é mais importante que o povo. Por isso, ainda brotam esperança de mudança.
Liberdade para baderneiros do 8 de janeiro
Os atos de 8 de janeiro completaram dois anos e baderneiros foram condenados arbitrariamente pelo supremo, tratados como autores de crimes hediondos, contra o Estado Democrático de Direito, sem armas, sem o apoio das forças armadas.
Classificada com criminosa de alta periculosidade, Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos, utilizou-se de uma bazuca, digo batom, e atacou estátua da Justiça escrevendo “perdeu, Mané”, sendo condenada a 17 anos, privando-a da liberdade e do convívio com a família, mesmo tendo filhos menores de 10 anos. Enquanto isso, o terrorismo impera nas comunidades.