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Opinião: Premiação milionária da Copa do Brasil praticamente afasta ‘zebras’ do título

Por Guilherme Abrahão

A Copa do Brasil sempre foi o torneio do futebol brasileiro que mais trouxe zebras até o título. Basta lembrar conquistas de clubes como Santo André, Paulista de Jundiaí – que hoje está na 4ª divisão do estadual – até mesmo o Criciúma e o Juventude. Porém, antigamente, e com gol qualificado, clubes de menor expressão tinham mais condições de chegar à conquista e automaticamente uma vaga na Copa Libertadores. Entretanto, a nova ordem do futebol afastou essas zebras e além disso, a premiação milionária colocou os principais clubes do Brasil em rota para conquistar o torneio.

Basta ver os campeões dos últimos anos. Talvez o mais inesperado tenha sido o Athlético-PR, campeão em 2019. Contudo, o Furacão já vive um momento em que ele compete com os gigantes do Brasil. O clube paranaense, inclusive, antes da conquista, levou o título da Copa Sul-Americana. Além disso, já foi campeão brasileiro em 2001. Por isso, qualquer conquista atualmente que o Athlético venha a chegar não pode ser considerada um azarão.

Se for aceito o Athlético como zebra, não se pode dizer o mesmo de Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio, Corinthians, Flamengo, Santos, Vasco, Fluminense…Os campeões após a última zebra de todas, que foi o Paulista. Certo, que apesar do clichê que diz que o “futebol é uma caixinha de surpresas”, a Copa do Brasil mudou. Virou cobiçado pelos grandes e ainda mais desde 2017, quando o Cruzeiro faturou a bolada de cerca de R$ 67 milhões em premiações pela conquista. Este ano, o torneio vai chegar até R$ 72 milhões, valores que poderiam mudar um clube médio de patamar. Mas com esses números em disputa, dificilmente os grandes vão abrir mão dessa taça.

Além disso, a entrada dos principais clubes – os que estão na Copa Libertadores – já na terceira fase mudam também o que os pequenos podem aspirar. A ideia é chegar o mais longe possível e quem sabe ganhar uma alta premiação fase por fase. Nada é impossível, porém a cada ano que passa e com a diferença discrepante entre o orçamento de cada equipe, a tendência é que os gigantes do Brasil sigam vencendo ano após ano.

A Copa do Brasil deixou de ser mais um título. A competição virou uma verdadeira mina de ouro. O que motiva ainda mais quem tem dinheiro a ficar mais rico. E quem não tem a celebrar qualquer classificação de fase. A vaga na Libertadores, no fundo, é apenas um bônus extra. Afinal, para os clubes, o que é melhor: a vaga direta ou mais de R$ 70 milhões para dentro do cofres? É um exercício fácil de lógica e raciocínio.

 

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