Jornal DR1

Opinião: Um primeiro de maio distante dos trabalhadores

Definitivamente, mais um 1º de Maio em que os trabalhadores não tem o que comemorar, exceto o “peleguismo” dos dirigentes sindicais com seus empregos garantidos.

A luta dos trabalhadores não pode parar diante da situação caótica a seguir: Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado em 31 de março de 2023, apontam: A taxa de informalidade atingiu 38,2 milhões de trabalhadores e a taxa de desemprego do trimestre encerrado em fevereiro atingiu 9,2 milhões de pessoas, o que representa um acréscimo de 483 mil trabalhadores à procura de recolocação no mercado de trabalho.

O quadro a seguir mostra o retrato do emprego, do desemprego e da informalidade no Brasil, registra que os empregados sem carteira assinada somados ao trabalhadores por conta própria e trabalhadores informais, totaliza cerca de 76 milhões; enquanto que a população ocupada totaliza cerca de 97 milhões, de onde se conclui que o total de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada é maior do que os registrados. Acusa   uma diferença de 20 milhões informais a maior.

Os dados a seguir não deixam dúvidas:

Taxa de desocupação: 8,8%; População desocupada: 9,4 milhões de pessoas; População ocupada: 97,8 milhões; População fora da força de trabalho: 67 milhões; População desalentada: 3,9 milhões; Empregados com carteira assinada: 36,7 milhões; Empregados sem carteira assinada: 12,8 milhões; Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões; Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões; Trabalhadores informais: 38,1 milhões, totalizando cerca de 20% taxa de informalidade.

A central do “peleguismo”

Outrora uma central combativa, já não podemos afirmar nos dias de hoje. Em uma visita ao site da CUT, as notícias traduzem o imobilismo e o abandono das tradicionais bandeiras de lutas, tais como: “estabilidade no emprego”, redução da jornada de trabalho”, “reposição de perdas salarias”, fim das demissões”. As principais reivindicações do movimento sindical moribundo, estão longe, muito distante dos anseios dos trabalhadores. Exemplos não faltam.

No que se refere aos “motoboys”, a CUT denuncia que as mortes provocadas por acidente de trabalho, atingem os entregadores por aplicativo que usam motocicletas para trabalhar. Esse seguimento está entre as maiores vítimas de acidentes de trabalho no Brasil, e que ao longo do ano passado foram 24.642 acidentes envolvendo esses profissionais.

A solução que a CUT apresenta é a Regulamentação da profissão, ou seja, não apresenta solução, como por exemplo, a redução da jornada de trabalho para 6h diárias, periculosidade, piso salarial mínimo, fim das metas de tempo estabelecidas nas entregas das mercadorias e contratação pela CLT.

O ato de 1º de maio dos sindicalistas:

Nesse ato faltaram trabalhadores e sobraram sindicalistas. Segundo as informações da CUT nesse evento e no site, o presidente da entidade Nacional, Sérgio Nobre afirmou que: “movimento sindical fará uma campanha permanente contra as altas taxas de juros no país”. Não falou em estabilidade no emprego e não condenou a contratação sem CTPS assinada.

Ainda segundo o presidente, outra grande bandeira da CUT, sem sombra de dúvida é a famigerada “contribuição assistencial”. Querem manter as mordomias dos dirigentes sindicais. Para tanto, é fundamental que o STF vote a favor desse desconto, isto porque para passar a valer a contribuição assistencial os trabalhadores têm que aprovar em assembleia da categoria.

Os caciques do STF estão analisando a legalidade da contribuição assistencial para custear o funcionamento de sindicatos. Esse assalto aos bolsos dos trabalhadores, segundo os informativos da CUT, dependendo de um voto para ser aprovada pela maioria dos imperadores da Corte.

Outra justificativa dos dirigentes da CUT a favor da Contribuição Sindical Assistencial é para remunerar as atividades que o sindicato realiza para “beneficiar” o trabalhador.

O secretário de Assuntos Jurídicos da CUT Nacional, Valeir Ertle disse: “essa é uma importante decisão porque os sindicatos quando negociam melhores salários e direitos negociam para toda a categoria”. “Fortalecer os sindicatos é fortalecer o poder de negociação de todas as categorias de trabalhadores”, finaliza Ertle.

Esqueceu de dizer que a força do sindicato está nas sindicalizações, ou seja, na adesão dos trabalhadores espontaneamente.

Sabemos que um sindicato forte se mede pela quantidade de trabalhadores vinculados por inscrição, ou seja, sindicalização. Os dirigentes sindicais tem que sair do “peleguismo” e partir na organização dos trabalhadores e avançar nas conquistas que venham beneficiar toda categoria – estabilidade no emprego, fim do trabalho informal com contratação pela CTPS, redução da jornada de trabalho, salário digno, ampliação do mercado de trabalho, controle do trabalho “home office”, entre outras reivindicações.

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