Repertório composto por obras de Marisa Rezende, Franz Liszt e Édouard Lalo terá regência de Lanfranco Marcelletti
No dia 1º de junho, a Orquestra Sinfônica Brasileira subirá ao palco da Grande Sala, na Cidade das Artes, acompanhada de um dos grandes expoentes da música brasileira na atualidade: o violinista Guido Sant’Anna, vencedor do Concurso Internacional Fritz Kreisler – uma das premiações mais importantes no mundo para o instrumento. No programa, obras de Marisa Rezende, Franz Liszt e Édouard Lalo. A condução ficará a cargo do maestro Lanfranco Marcelletti.
Do denso ao cintilante, do misterioso ao solar, o programa deste concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira oferece ao ouvinte uma jornada musical intensa, por meio de obras escritas nos séculos XIX e XXI. Começando em clima misterioso, – com Vereda, de Marisa Rezende e Les Préludes, de Franz Liszt – o espetáculo caminha para uma segunda parte luminosa e ritmada, que conta com a Sinfonia Espanhola de Édouard Lalo.
Escrita em movimento único, Vereda é uma peça que contrapõe fragmentos melódicos a outros de natureza rítmica. Derivados do material inicial da composição, esses fragmentos tecem juntos uma oposição, cujo sentido simbólico evoca aquele de uma vereda, que abriga, simultaneamente, contrastes e nuances.
Na sequência, Les Préludes, um dos poemas sinfônicos mais emblemáticos e conhecidos de Franz Liszt. Com um engenhoso arco estrutural – no qual os temas passam por transformações contínuas de melodia, ritmo, harmonia – a obra é um verdadeiro caleidoscópio emotivo, comportando desde passagens tranquilas e líricas até momentos de pathos profundo e intenso drama.
De feições híbridas, com traços que remontam tanto ao concerto quanto à suíte, a Sinfonia Espanhola, Op. 21 de Édouard Lalo é uma poderosa obra concertante na qual ritmos ibéricos são entrelaçados em uma rica textura orquestral. Embora não tenha cadências, a composição se configura como uma espécie de concerto para violino em cinco movimentos, impondo ao solista uma série de desafios expressivos e técnicos.
ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 82 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Shell e a NTS – Nova Transportadora do Sudeste como patrocinadores master, Brookfield e Eletrobras Furnas como patrocinadores, Sergio Bermudes Advogados e SulAmérica como copatrocinadores, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.
LANFRANCO MARCELLETTI:
Iniciou sua formação musical ao piano no Conservatório Pernambucano de Música de sua cidade natal, Recife. Aos dezessete anos, partiu para a Europa, onde estudou piano e composição na Hochschule für Musik und darstellende Kunst em Viena e na Musik Akademie em Zurique. Após voltar da Europa, em 1990, começou seus estudos de regência em São Paulo com o maestro Ronaldo Bologna e seu primeiro trabalho foi como regente assistente da Orquestra Sinfônica de Recife.
Posteriormente, na Yale University (New Haven, EUA), fez mestrado e pós-graduação em regência com os professores Eleazar de Carvalho, Lawrence Leighton Smith e Günther Herbig. Destacam-se os cursos realizados com os professores Kurt Masur, Sir Colin Davis, Julius Rudel e Znedek Macal.
Em 1988 obteve o Primeiro Lugar em Piano no concurso “Jovens Solistas de Roma” e dez anos depois, o Primeiro Lugar no “II Concurso para Jovens Maestros” da Orquestra Sinfônica do Chile. Além disso, obteve importantes reconhecimentos como “Revelação Diretor do Ano”, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (1996); o prêmio “Eleazar de Carvalho” (1997) e o “Dean’s Prize” (1996), concedido pela Yale University.
Lanfranco Marcelletti Jr. regeu orquestras sinfônicas na Argentina, Bélgica, Chile, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, México, Polônia e Rússia. Entre as orquestras com as quais tem colaborado estão OSB, Osesp, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, Orquestra do Teatro Comunal de Bolonha, Orquestra Sinfônica de Rossini, Orquestra de Câmara Haydn, Orquestra Nacional do Chile e a Sinfônica Galega Orquestra.
Durante seu período nos Estados Unidos (1994-2011), foi Maestro Principal dos Cumberland Valley Chamber Players e Principal Maestro da Cayuga Chamber Orchestra. Ocupou os cargos de regente e professor regente no Amherst College e na Universidade de Massachusetts. De 2005 a 2012, atuou como diretor associado do Maestro Alberto Zedda na prestigiosa Accademia Rossiniana no Festival de Ópera Rossini (Pesaro) e como diretor principal do Festival “Música e Música” (Mercatello sul Metauro), ambos na Itália. Atualmente colabora como Coordenador Musical do Projeto Sócio-Musical Orquestra Criança Cidadã, em Recife. Chegou ao México em 2012 para assumir a direção da Orquestra Sinfônica de Xalapa (2012-2019) e, em setembro de 2020, foi apresentado como Maestro Titular da Orquestra Sinfônica de Aguascalientes.
GUIDO SANT’ANNA
Natural de São Paulo, Guido Sant’Anna iniciou seus estudos de violino aos 5 anos de
idade. Aos 7 anos fez sua primeira apresentação solo com orquestra, sob a regência do Maestro Julio Medaglia. Aos 8 anos foi finalista do Concurso Preludio, organizado pela TV Cultura. Em 2018, então com 12 anos, Guido foi o primeiro sul-americano a selecionado para a prestigiada Menuhin Competition, em Genebra, na Suíça, sendo finalista e recebendo Prêmio Música de Câmara e de Público, além do apoio da Caris Foundation com o empréstimo de um violino Iorio 1833.
De 2019 a 2021 integrou o Perlman Music Program em NY, tendo aulas com Itzhak Perlman e Li Lin. Apresentou-se como solista nas maiores orquestras do Brasil, como
Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Municipal de São Paulo, Orquestra ULBRA, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Camerata Antiqua de Curitiba, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Filarmônica do Sesi – ES, Bachiana Filarmônica do Sesi – SP, Orquestra Sinfônica da Bahia, Orquestra Sinfônica de Piracicaba e Orquestra Sinfônica de São Paulo. Fora do Brasil, Guido Sant’Anna já se apresentou em Chipre, Londres, Berlin, Viena, Moscou, Bélgica, Madrid e Nova Iorque.
Em setembro de 2022, aos 17 anos, Guido venceu a 10ª edição do Concurso Internacional de violino Fritz Kreisler, em Viena – feito inédito para o Brasil. Em 2023 assinou contrato com a seleta agência internacional KD Schmid e recebeu bolsa integral para estudar na prestigiada Kronberg Academy, na Alemanha.
Guido Sant’Anna atualmente é bolsista do Cultura Artística, aluno de Elisa Fukuda e toca em um violino Jean Baptiste Vuillaume (1798 – 1875) gentilmente cedido pelo Luthier Marcel Richters, de Viena.
SERVIÇO:
Série Terra
Dia 1º de junho (quinta-feira), às 19h30
Local: Cidade das Artes | Grande Sala (Avenida das Américas, nº 5.300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Ingressos:
Plateia: R$30,00 (R$15 meia)
Frisa: R$30,00 (R$15 meia)
Camarote: R$20,00 (R$10 meia)
Galeria: R$10,00 (R$5 meia)
Ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Artes e no site Sympla