Jornal DR1

Os Impactos do coronavírus nas relações de trabalho e na economia

Por Alessandro Monteiro

 

Um dos piores momentos após da Segunda Guerra Mundial vividos pelo mundo e provocando questões sérias no atual cenário que estamos vivendo. O fato é que a crise impacta em dois sistemas importantes do país, a saúde e a economia.

Analisando os últimos dez anos, a bolsa brasileira caiu mais de 10% no fechamento do dia, sendo que, dessas nove datas, quatro foram em 2020. Na crise de 2008, essa forte queda ocorreu duas vezes. Nem no dia 11/09/01, com o atentado em NY, ou no dia seguinte do episódio conhecido como “Joesley Day”, o Ibovespa recuou tanto.

Hoje, o que diferencia a crise da saúde que afeta de forma agressiva a economia, é o isolamento social. As pessoas não estão circulando, permanecendo em casa, sem opções de lazer, turismo e trabalho.  Logo, o setor de serviços que corresponde mais de 60% do PIB, sendo também o que mais emprega pessoas, sofre enorme impacto.

É importante pensar que o isolamento social não é o único responsável pelos impactos gerados na economia, nem um problema exclusivamente do Brasil, porém, estamos a mais de 10 anos sofrendo com o impacto gerado pela corrupção e a falta de responsabilidade dos atuais líderes governamentais.

Além das brigas políticas, que fazem parte do jogo democrático, eles não conseguem se entender na condução da crise, e muito menos as políticas de combate ao coronavírus, que segundo especialistas, ainda não atingiu a curva de ascensão no país.

É sabido, que o Brasil, principalmente na cidade do Rio de Janeiro a saúde está em crise desde sempre. O atual Prefeito Marcello Crivella parece não conseguir responder as expectativas de governo, falhando gravemente na administração das OS’s, clínicas da família, Upas e hospitais de referência como o Raul Gazolla.

Por outro lado, o Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, desde o início da pandemia, tenta governar de forma independente, pelo fato de não conseguir estabelecer uma conversa amigável com o governo federal e semanalmente publicar Decretos com medidas ainda mais restritivas a circulação de pessoas e ao funcionamento do comércio.

 

A pandemia do coronavírus também trouxe, um grande prejuízo a classe trabalhadora. No Brasil, a estimativa de desempregados pode chegar a 17 milhões de trabalhadores. Um cenário tenebroso tanto para o mercado de trabalho, como para a recuperação da renda das famílias.

Os setores de atendimento ao público, automóveis, moda e turismo são os mais afetados momento, pois durante a evolução da pandemia, são tidos como não essenciais para o momento.

Hoje, a escalada da pandemia vem num crescente, são mais de 25.000 infectados, 1390 mortes no Brasil, a classe trabalhadora quase toda em casa, gerando cada vez mais um cenário incerto e um poço sem fundo para quem está em busca de recolocação no mercado.

Logo, as estatísticas não mostram a real situação do país, e os casos são tratados de forma isolada, com base nos sintomas, sem testagem para um diagnóstico correto.

Meio ao caos, é extremamente grave, a pessoa ainda perder o emprego e sobreviver sem salário, mas prevendo a crise, pouco antes do início da pandemia, empresários de pequeno e médio porte anteciparam os cortes de funcionários.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo irá liberar 147 bilhões de reais na economia durante os próximos três meses, na tentativa de blindar a economia do país. Também anunciou que o governo planeja tirar das empresas a responsabilidade de pagar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador por três meses.

Nesse pacote, as pequenas e médias empresas também ficam pelo mesmo período isentas de pagar o Simples, estimado em 22 bilhões de reais de diferimento. Guedes, também anunciou que o Sistema S (Sesi, Sesc, Senai) ficará pelo mesmo período sem 50% das contribuições feitas pelo cidadão.

Não dá para voltar, é preciso se adaptar e reinventar. Um momento importante para analisar as mudanças de comportamento dos consumidores e como se pode aproveitar isso. Talvez seja, a melhor receita para recomeçar e sobreviver.

O Presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia, foi contra o isolamento social e responsabiliza governadores pelas crises geradas pela medida. Bolsonaro também afirmou que a população não segura mais que três meses, o processo de quarentena e que depois, o país enfrentará a crise do desemprego, da miséria, da fome e da violência.

2020 é ano de eleição, logo, é notória algumas disputas políticas e de poder, na tentativa de fazer o papel de “o salvador da pátria”, ganhando visibilidade e prestígio. Porém, todos nós, brasileiros, sabemos que aqui, a coisa não funciona bem assim.

Dificilmente no Brasil, algum político buscou realizar algo em prol do povo sem tirar vantagem.  Medidas radicais foram adotadas pelo atual governador do Estado de São Paulo, João Dória e Wilson Witzel, aqui do Rio de Janeiro, e já conhecidos como desafetos do atual presidente, logo, criaram mais crise política e desentendimento no governo.

Enquanto um autoriza, horas depois outro desautoriza e o barco segue. Na última semana, o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ficou na corda bamba do governo, por criar medidas de prevenção ao coronavírus e reforçar os pedidos quarentena. Para Jair Bolsonaro, essas medidas “vai matar o povo de fome”.

No rio, mais da metade dos bares e restaurantes estão fechados e com risco de não conseguir reabrir após o fim da quarentena. Atualmente, 45% dos proprietários acreditam que não irão conseguir retomar as operações, logo, mais de 120 mil empregos na corda bamba.

 

Na segunda-feira (13), o Governo do Estado anunciou a distribuição de vales no valor R$ 100,00 para alunos da rede pública estadual enquanto durar o processo de interrupção das aulas presenciais. De certa forma ajuda, mas é um pequeno paliativo na crescente fome que assola o estado.

Enquanto o ódio e cobiça permanecer em linha crescente no mundo, os pobres e a classe trabalhadora continuará sendo a parte mais prejudicada do sistema. O que observamos, é uma falha gravíssima de gestão, colocando em jogo a saúde da população e a economia.

Atrás de todos os interesses e desavenças políticas, está a eleição, que ao mesmo tento faz criar uma doença letal na visão de entendimento. Todas as medidas de prevenção são importantes, mas o povo precisa voltar a trabalhar o quanto antes, caso contrário, a situação entrará num colapso geral.

Sobre a reforma administrativa e tributária que estavam no gatilho, ficaram para depois. Enquanto a crise permanecer, investidores dificilmente receberão.

 

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