Jornal DR1

Parceria público-privada estimulará pesquisa e ciência no Rio de Janeiro

Cientistas fluminenses contarão, de 2022 a 2027, com uma série de ações destinadas a incentivar seu trabalho e as atividades de pesquisa. É o que estabelece parceria inédita entre o Instituto Serrapilheira, primeira entidade privada, sem fins lucrativos, de apoio à ciência e à divulgação científica no Brasil, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Para o diretor-presidente do Instituto Serrapilheira, Hugo Aguilaniu, parcerias público-privadas são um bom caminho para o avanço da ciência no país. “No caso de nossa entidade, que ainda é nova nesse cenário, firmar acordo de cooperação técnico-científica com uma agência sólida como a Faperj é muito relevante. Esse tipo de ação conjunta soma e potencializa as diversas competências das duas instituições no apoio à área de CT&I”, enfatiza.

O presidente da Faperj, Jerson Lima, avalia que “a iniciativa é mais uma união de esforços na busca por frear a fuga de cérebros do Estado do Rio de Janeiro”. Jovens pesquisadores poderão ter projetos de excelência apoiados em conjunto pelas duas instituições, “contribuindo, assim, para a produção de conhecimento em instituições fluminenses e o combate à desigualdade racial e de gênero no âmbito da pesquisa acadêmica”.

O termo de cooperação prevê a possibilidade de apoio aos pesquisadores por meio de editais/chamadas públicas. Também está prevista a organização de seminários científicos, workshops especializados e simpósios, para promover a interação entre instituições e grupos de pesquisa relevantes do Rio e de outros estados, com o propósito de identificar futuras áreas para cooperação.

O acordo possibilita, ainda, a conexão de pesquisadores já financiados pela Faperj e pelo Instituto Serrapilheira com centros de outros estados. Além disso, a cooperação estabelece apoio à publicação de artigos em periódicos e revistas nacionais e internacionais, suporte à editoração e produção de página digital com os conteúdos dos projetos selecionados e fomento a um programa para publicação em periódicos de Acesso Aberto.

Não haverá transferência de recursos financeiros entre a Faperje o Serrapilheira. Quaisquer ações decorrentes do acordo que gerarem obrigações financeiras serão implementadas por meio de chamadas públicas, cabendo a cada uma das partes arcar com suas correspondentes despesas, na proporção limite de até 70% para a FAPERJ e de até 50% para o Serrapilheira. A fundação poderá investir, por exemplo, o montante de até R$ 5 milhões por ano e o Serrapilheira, R$ 3 milhões.

Santa Catarina

Além do acordo inédito no Rio de Janeiro, o Instituto Serrapilheira já havia firmado outra parceria semelhante com o Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa). Como resultado, dois projetos de Santa Catarina foram selecionados e receberam financiamento total de R$ 1,3 milhão da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina).

A parceria entre o Confap, que congrega todas as FAP’s do Brasil, e o Serrapilheira dá-se de duas formas. Uma é o cofinanciamento, em que cada uma das instituições concede uma parcela dos recursos aos projetos. Na outra, as fundações aproveitam os processos de seleção das chamadas públicas do Serrapilheira para financiar cientistas muito bem avaliados, mas que não puderam ser contemplados pela limitação de recursos do instituto.

Foi desta última forma que foi concedido o apoio à bióloga Karim Hahn Lüchmann, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), e ao cientista da computação Edroaldo Lummertz da Rocha, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em dezembro de 2021, o Confap recebeu do Serrapilheira uma lista com 35 candidatos que foram finalistas da 4ª chamada pública do instituto, mas que não ficaram entre os 12 contemplados, e os nomes foram distribuídos às FAP’s. A partir daí, a Fapesc selecionou Lüchmann e Rocha, que receberam, respectivamente, R$ 646 mil e R$ 675 mil.

Edroaldo Rocha pretende gerar um modelo computacional baseado em biologia de sistemas para entender a evolução do câncer. Karim Lüchmann pesquisa o impacto da ecotoxicologia aquática na saúde humana.

O amparo à pesquisa torna-se ainda mais relevante quando se consegue estabelecer sinergia entre diferentes instituições, destaca o presidente do Confap, Odir Dellagostin. “O Instituto Serrapilheira vem fazendo um trabalho altamente qualificado na seleção de projetos com potencial de gerar grande impacto para a sociedade. É muito bom podermos somar esforços e, com isso, ampliar o número de projetos contemplados,” salienta.

Confira também

Nosso canal

RADIO DR1 - PROGRAMA INSPIRA AÇÃO - 22 NOV 24