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Passeios turísticos com charretes puxadas por animais são proibidos em três destinos no Nordeste

Decisão foi tomada pelas prefeituras locais após turistas denunciarem maus-tratos dos equinos 

Entrou em vigor na sexta-feira (12/01) o decreto municipal que proíbe o uso de animais em passeios turísticos em Jericoacoara, no Ceará, Morro de São Paulo e Boipeba, na Bahia. A medida foi tomada após denúncias de maus-tratos nas últimas semanas. A partir da lei, roteiros de turismo que incluíam passeios em charretes, normalmente feitos com cavalos e jumentos, estão proibidos.

A utilização de tração animal na Vila de Jericoacoara é uma atividade comum para os turistas na região. Os passeios de montaria, inclusive, impulsionam consideravelmente a indústria hoteleira da área, ao mesmo tempo em que representam uma fonte de renda para os trabalhadores locais.

Contudo, esse tipo de serviço recebia bastante críticas pelas condições às quais os animais eram submetidos. Sem o acesso a água, falta de descanso, trabalho intenso sob o sol quente, os animais também eram açoitados, conforme denúncias de turistas e ativistas da causa animal.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, a carioca Fernanda Marçal de Rivoredo visita as praias do Ceará frequentemente. Ela foi uma das pessoas que realizou a denúncia de maus-tratos. “A minha maior indignação foi o passeio na pedra furada, em Jeri. Bichos passando mal debaixo do sol, um monte de gente em cima das charretes, não se vê galão de água, comida, nada. Saí chorando desse passeio”, conta.

No decreto, o prefeito Lindbergh Martins (PSD) considera que o município “está atento às questões ambientais e de maus tratos aos referidos animais”, e que tem o objetivo de “sanar urgentemente essa prática recorrente”.

Ainda no documento, o prefeito afirma que os trabalhadores afetados que dependem desse tipo de serviço para se sustentar serão inseridos em outras atividades econômicas. 

A multa para quem descumprir a regra varia de R$ 350 a R$ 1.100, que inclui a apreensão da charrete. Em outros regiões como em Caraíva, na Bahia, e Paraty, no Rio de Janeiro, ativistas também pedem a suspensão desse tipo de transporte. 

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