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Perda auditiva pode afetar a saúde mental? Entenda os riscos e saiba como evitar

O cuidado com a saúde mental tem se tornado uma prioridade em relação ao bem-estar da população nos últimos anos. Estudos indicam que o Brasil é o país com pessoas mais ansiosas no mundo, e as crises de burnout já atingem uma em cada cinco pessoas ativas no mercado de trabalho, segundo a Associação Brasileira de Medicina no Trabalho.

Enquanto essas questões relacionadas ao trabalho ganham destaque, outro problema que pode afetar a saúde mental ainda não é muito debatido: a perda auditiva. Muitas pessoas não sabem, mas esses temas estão conectados, e é importante entender como o declínio da audição pode impactar no bem-estar das pessoas.

“Problemas de comunicação decorrentes da perda auditiva podem provocar frustração, isolamento, solidão, e é muito comum encontrar isso na população idosa”, explica a fonoaudióloga Maria Branco, do Grupo Microsom, empresa especializada em qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e apneia do sono.

Tudo isso, segundo a especialista, se dá pois os problemas auditivos resultam em dificuldades na comunicação e na interação social, levando até a questões mais graves, como depressão.

Um estudo da instituição estadunidense para surdez e outros transtornos de comunicação (NIDCD), apontou que a taxa de depressão entre as pessoas com deficiência auditiva nos Estados Unidos é de 11%, comparada a 5% da população que apresenta audição normal.

As consequências na saúde

Além dos danos emocionais, que pioram a qualidade de vida, a perda auditiva ainda oferece riscos físicos. Existem estudos que relacionam problemas de audição a diabetes, doenças cardiovasculares, além de possíveis quedas relacionadas à falta de equilíbrio.

A deficiência auditiva também põe o indivíduo em risco de morte, como por exemplo por atropelamento ou situações de perigo, ao contribuir para que as pessoas corram mais riscos.

Além disso, outro grande alerta relacionado à saúde é o declínio cognitivo, que pode levar à demência.

Sinais de perda auditiva

Segundo Maria, é possível observar alguns sinais iniciais que indicam que o indivíduo tem perda auditiva. Ela dá alguns exemplos:

Aumentar muito a televisão
Dificuldade para falar ao telefone
Não escutar o relógio
Dificuldade para conversar
“Ao observar um ou mais desses fatores, o paciente deve ser encaminhado rapidamente para um profissional e iniciar o tratamento”, indica Maria.

Como melhorar a saúde e bem-estar

Segundo dados de 2021 da OMS (Organização Mundial da Saúde), quase 2.5 bilhões de pessoas viverão com algum grau de perda auditiva até 2050, sendo que pelo menos 700 milhões precisarão de cuidados auditivos e serviços de reabilitação.

Entre os idosos, a perda auditiva é uma das principais condições enfrentadas. Porém, a realidade atual indica que poucas pessoas buscam os cuidados e tratamentos adequados.

Segundo outro estudo da NIDCD, aparelhos auditivos e outros dispositivos que podem ajudar pessoas com problemas de audição são usados apenas por um em cada quatro adultos que poderiam se beneficiar dessas soluções.

“É muito importante lembrar da necessidade de avaliar a audição regularmente e, se identificar perda auditiva, buscar auxílio imediatamente”, explica Maria.

O uso de aparelhos auditivos, segundo a especialista, promove uma reabilitação e recuperação auditiva que devolverá a habilidade de conviver de maneira saudável em sociedade, diminuindo as possíveis consequências físicas e emocionais.

“Essa reabilitação melhora os estímulos sonoros, e fará com que a pessoa escute melhor, trazendo-a de volta para situações sociais”, conclui a especialista.

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