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Pesquisa revela atual situação de empregabilidade para mulheres

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Elas ainda recebem 21% a menos que os homens e 83% fazem dupla jornada

Uma pesquisa conduzida pelo Infojobs trouxe à tona uma realidade alarmante: 83% das mulheres no Brasil enfrentam a dupla jornada de trabalho, conciliando suas atividades profissionais com afazeres domésticos e cuidados com familiares idosos e crianças. Os dados, coletados entre fevereiro e março deste ano, revelam um panorama desafiador para as mulheres no ambiente laboral.

O estudo, que contou com a participação de 742 mulheres entre 18 e 60 anos, mostra que quase metade delas (45%) não dispõe de uma rede de apoio ou ajuda de parceiros para enfrentar essa sobrecarga. Esses números refletem não apenas as condições individuais das entrevistadas, mas também uma questão estrutural que permeia a sociedade brasileira.

O levantamento lança luz sobre uma série de obstáculos enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho. A despeito de avanços registrados em comparação ao ano anterior, com 7 em cada 10 mulheres ainda acreditando que perderam oportunidades de emprego devido ao seu gênero, a discriminação persiste.

Entre os relatos das participantes, destacam-se experiências de situações invasivas ou subjetivas durante processos seletivos, além da percepção de falta de oportunidades de crescimento dentro das empresas. Para 77% das mulheres inseridas no mercado de trabalho, homens e mulheres não desfrutam das mesmas chances de ascensão profissional.

A pesquisa também aborda a questão salarial, revelando que 88% das entrevistadas percebem uma desigualdade salarial entre os gêneros, com mais da metade delas (54%) afirmando já terem recebido remuneração inferior à de homens que ocupavam o mesmo cargo. Esses dados ecoam um recente levantamento do IBGE, que apontou que as mulheres ainda ganham 21% menos que os homens no país, mesmo com níveis de escolaridade semelhantes.

Além das disparidades salariais, a pesquisa do Infojobs evidencia outras dificuldades enfrentadas pelas mulheres, como o estigma em torno da licença maternidade e situações de assédio e preconceito no ambiente de trabalho. Ainda que a licença paternidade seja vista como uma medida importante para mitigar esse preconceito, apenas 52% das entrevistadas são mães ou responsáveis por crianças, indicando uma questão que transcende a maternidade.

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