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Polícia afasta PMs envolvidos na morte de mototaxista baleado perto do Chapadão

Foto: Povo na Rua

A Polícia Militar afastou os PMs envolvidos na morte de mototaxista Andrew Andrade, de 29 anos, baleado na última sexta-feira (6) durante uma operação nas proximidades do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio. Segundo a corporação, ele teria ignorado uma ordem de parada durante um cerco policial, momento em que os disparos foram efetuados.

Andrew trabalhava como mototaxista e não tinha antecedentes criminais. Ele foi sepultado no domingo (9), no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, sob forte comoção de familiares e amigos. “Eu tô sem chão. Hoje é dia de enterrar meu marido. Meu filho não tinha que passar por isso. Eles não tinham esse direito de tirar a vida dele assim. Eles acabaram com a minha família. Eu quero justiça. Eu vou até o fim”, desabafou a esposa, Dayene Nicacio, horas antes da cerimônia. O mototaxista deixa dois filhos — um de 6 anos e outro recém-nascido, de apenas 26 dias.

De acordo com o relatório preliminar da PM, Andrew dirigia um carro na Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira quando teria tentado avançar com o veículo diante do bloqueio policial. Um dos agentes disparou um tiro de fuzil, atingindo o jovem. Os próprios policiais o levaram ao Hospital Getúlio Vargas, mas ele não resistiu aos ferimentos.

A versão da corporação é de que o cerco foi montado após motociclistas abrirem fogo contra viaturas na região. No entanto, familiares contestam a narrativa e afirmam que a abordagem foi precipitada. “O policial pediu desculpas depois que viu que ele não tinha arma nem passagem. Mas desculpa não traz meu marido de volta”, lamentou Dayene.

O comando da unidade abriu um procedimento interno para apurar a conduta dos agentes envolvidos. O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios da Capital, que analisa imagens, depoimentos e laudos balísticos para esclarecer as circunstâncias da morte de Andrew Andrade.

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