A Nova Década e o Desafio da Transformação Real
Com o fim da Década Internacional dos Afrodescendentes de 2015-2024, a insatisfação entre os afrodescendentes foi palpável. Em dezembro de 2024, uma nova resolução foi proclamada, estabelecendo a Década Internacional dos Afrodescendentes de 2025 a 2034. Essa nova fase busca corrigir os erros do passado e implementar políticas públicas mais efetivas, reconhecendo que a transformação estrutural requer mais tempo e esforço.
No entanto, para que essa nova década seja bem-sucedida, é imprescindível que as lições do passado sejam aprendidas e que haja uma mudança real nas abordagens políticas. O simples reconhecimento de que a discriminação racial é uma questão sistêmica, como afirmou Volker Türk, Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU, não basta. É necessário que políticas públicas sejam efetivamente implementadas e que a sociedade como um todo se comprometa com a transformação das estruturas excludentes que ainda dominam as instituições.
A inclusão de negros em cargos de poder, a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade desde a base até o ensino superior, o fomento à economia negra e a ampliação de ações afirmativas são passos fundamentais para a criação de uma sociedade mais justa e igualitária. A implementação de ações concretas, que visem a eliminação das barreiras históricas, é o que fará a diferença na próxima década.
A educação deve ser um dos pilares principais dessa transformação. A educação básica de qualidade, especialmente em áreas com grande concentração de afrodescendentes, é fundamental para que as futuras gerações possam competir em pé de igualdade com outras. A formação de lideranças negras, a promoção de programas culturais e artísticos, e a ampliação da representatividade no mercado de trabalho são passos essenciais para garantir uma mudança real no cenário social.