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Porto Maravilha ganha mural que retrata líderes de movimentos pelos diretos civis de negros

De criação do artista Acme, o mural em grafite “Visões de Resistências, Sonhos de Liberdade”, de 360 metros quadrados, que retrata as maiores lideranças norte-americanas e brasileiras da história dos movimentos pelos diretos civis de negros nos dois países, foi inaugurado nesta terça-feira (06).

Localizada no Porto Maravilha, a obra é resultado de uma iniciativa do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, com o apoio do Núcleo de Ativação Urbana (NAU), da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), responsável pelo Porto Maravilha, e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

A cerimônia de inauguração contou com a presença do secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, do cônsul e diretor da Seção de Imprensa, Educação e Cultura do Consulado dos EUA no Rio, Paco Perez, do presidente da CDURP, Gustavo Guerrante, do CEO do NAU, Hiroshi Shibuya, além do artista Acme.

Mural

O mural, anunciado em 25 de maio, dia que marcou um ano da morte do americano negro George Floyd, visa recordar a história da escravidão e celebrar, através da arte, alguns dos principais nomes por trás das conquistas na batalha pela igualdade racial no Brasil e EUA.

Com 40 metros de largura e nove de altura, o painel está localizado próximo à região conhecida como Pequena África, palco de inúmeros marcos da luta de africanos escravizados no Brasil. Fica a dois quarteirões do Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos no continente americano, reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco. A presença de referenciais da história negra e o papel central do Porto Maravilha para a arte urbana carioca justificam a escolha do local.

“O Porto Maravilha respira arte urbana. As extensas áreas de lazer que temos aqui são perfeitas para o grafite, assim como nosso galpão. É uma parceria que comemoramos e queremos ampliar para ações culturais do tipo na região portuária”, afirmou o presidente da CDURP, Gustavo Guerrante.

O painel é a obra inaugural do chamado Distrito de Arte do Porto, o primeiro parque artístico ao ar livre do Rio de Janeiro. O projeto é uma idealização do NAU, que explora espaços, territórios e cidades a partir da ótica de empreendedorismo, economia criativa, inovação e desenvolvimento social.

“É uma realização colaborar no “Visões de Resistências, Sonhos de Liberdade” que agora integra o Parque Arte, um grande corredor cultural que abriga, a céu aberto, diversos murais pintados e grafitados, majoritariamente, por artistas urbanos locais, além de feira e gastronomia. Com o espaço, queremos promover a economia local, enriquecer culturalmente a comunidade que vive no entorno e transformá-lo num atrativo ponto turístico na cidade”, diz Hiroshi Shibuya, CEO do NAU.

Campanha nas mídias sociais

Pré-selecionado por lideranças negras locais, o nome “Visões de Resistências, Sonhos de Liberdade” foi escolhido pelo público em uma campanha nas mídias sociais, remetendo ao caráter colaborativo da obra. No painel, o protagonista é Martin Luther King Jr., retratado ao lado de Rosa Parks, ativista afro-americana, John Lewis, e das brasileiras Antonieta de Barros e a escrava Anastácia. O grafite mostra também o Cais do Valongo e o movimento antirracista Black Lives Matter.

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