O presidente Jair Bolsonaro e o governador fluminense Cláudio Castro visitam na última segunda-feira (4) o município de Angra dos Reis para acompanhar de perto a situação dos locais afetados pelas chuvas que caíram no fim de semana. Além de percorrer áreas atingidas, eles devem se reunir com o prefeito Fernando Jordão no centro de crise montado na sede da Defesa Civil do município.
Bolsonaro chegou a Angra dos Reis de helicóptero. Ele estava na capital fluminense desde cedo para o ato de assinatura de um protocolo de intenções entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, e a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro. Foram estabelecidas premissas para a preservação da biodiversidade, para a mitigação dos impactos ambientais e para a manutenção do acesso ao Morro do Corcovado e ao Santuário Cristo Redentor, além da definição de estratégias para a gestão do Parque Nacional da Tijuca.
As chuvas intensas que atingiram diversas cidades do Rio de Janeiro deixaram ao menos 18 mortos, sendo dez em Angra dos Reis e sete de Paraty. As duas cidades ficam na região da Costa Verde, a mais atingida por alagamentos e deslizamentos de terra. A outra vítima era morador de Mesquita, na Baixada Fluminense, e morreu eletrocutado em uma via alagada. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro ainda busca desaparecidos.
O estado do Rio vive um dos anos de maior preocupação e número de desastres em relação às chuvas. Em fevereiro, Petrópolis, na Região Serrana, foi duramente impactada por temporal que deixou mais de 230 mortos. O episódio foi reconhecido pela cidade como a maior tragédia de sua história.
Diante das novas ocorrências no estado neste fim de semana, o governador Cláudio Castro determinou ontem (3) a criação de um gabinete de crise com a participação de várias secretárias. Ele também anunciou a construção de moradias em Angra dos Reis, em um terreno no bairro Monsuaba, onde um deslizamento de terra atingiu seis casas. O projeto será executado em parceria com o município e o governo federal.
O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, tem manifestado preocupação com o estado da rodovia Rio-Santos (BR-101) e cobrou medidas da concessionária CCR. Ele chegou a pedir o desligamento temporário das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, alegando que os bloqueios na estrada impossibilitam a implementação dos planos de emergência em um eventual acidente.
Na tarde de ontem (3), relatório da Defesa Civil Nacional apontava a existência de 23 pontos da BR-101 totalmente ou parcialmente interditados devido a quedas de árvores e deslizamentos de terra. Ao mesmo tempo, a Polícia Rodoviária Federal pediu, por meio das redes sociais, que motoristas não acessassem à rodovia BR-101 na região da Costa Verde, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.
Na postagem, a PRF alertava para a instabilidade em todo o trecho que vai de Mangaratiba (RJ) até Ubatuba (SP). “Há quedas de barreiras constantes. Uma delas, inclusive, destruiu um posto da PRF em Paraty. Para a segurança do usuário, a orientação é de não acessar mais a rodovia, pois o trecho só chegará perto de ser normalizado dentro de alguns dias”, registra a publicação.
Agência Brasil