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Professora aposentada sofre prejuízo de R$ 300 mil com golpe do falso advogado

Foto: Romulo Cunha

Criminosos entraram em contato com a vítima, de 78 anos, após conseguirem dados em um processo de fraude bancária
Maria José Queiroz recebeu uma ligação, na última quinta-feira (2), de um homem se passando por um representante do escritório da advogada que a defende em um processo sobre fraude bancária. Com os dados disponíveis na busca processual, o criminoso conseguiu chegar até a vítima.

Eduardo Queiroz, de 47 anos, filho da idosa, conta que o suspeito falou com sua mãe, usando o logo do escritório, para dizer que ela havia ganhado o processo e tinha direito a cerca de R$ 20 mil por danos morais. Contudo, a afirmação era apenas uma justificativa para aplicar o golpe.

Segundo o registro da ocorrência realizado na 96ª DP (Miguel Pereira), a professora fez três transferências via PIX, entre quinta-feira (2) e sexta-feira (3), que totalizam cerca de R$ 95 mil. O restante do prejuízo é devido a empréstimos.
De acordo com Eduardo, a vida da família mudou completamente com a situação, considerando que ela já havia perdido cerca de R$ 50 mil anteriormente no caso de fraude bancária.


Para aplicar o golpe do falso advogado, os criminosos se valem de informações públicas disponíveis em processo judiciais das vítimas. Com os dados, eles criam contas falsas em aplicativos de mensagens ou redes sociais e fingem que são advogados, forjando documentos para “comprovar” a identidade.

Somente neste ano, a corregedoria da seccional Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-.RJ) recebeu 1.194 denúncias sobre o golpe do falso advogado. De acordo com a Ordem, a corregedoria conta com 52 delegados tratando desse assunto, apurando e trocando informações com órgãos como a Polícia Civil, o Ministério Público do Rio (MPRJ) e o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).

Para aprimorar essa interlocução com as entidades envolvidas e contribuir com as investigações, a OAB-RJ criou a Comissão Especial de Combate ao Golpe do Falso Advogado.

Em setembro, novas medidas de segurança sobre os processos judiciais em tramitação foram definidas para combater o crime. Agora, o acesso às ações passou a ser feito com dupla verificação de senha, sendo uma delas pelo celular do advogado. Outra iniciativa estabelecida foi a criação de marca d’água para identificar advogados que baixarem ou imprimirem peças processuais. Também houve restrição a alguns filtros de seleção no sistema do TJRJ.

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