Sistemas de dessalinização garantem saúde, fortalecem identidades e consolidam o direito de permanência de populações tradicionais no semiárido
Longe de se restringir à segurança hídrica, o Programa Água Doce (PAD) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) se estabelece como uma ferramenta de promoção de dignidade, saúde e fortalecimento de identidades. Em meio à celebração do Dia da Consciência Negra, a atuação do PAD se destaca: ao garantir acesso à água de qualidade para as comunidades quilombolas do semiárido brasileiro, o programa consolida o direito de permanência dessas populações em seus territórios tradicionais. Com um investimento de aproximadamente R$ 2 milhões nos últimos três anos, o MIDR conseguiu atender cerca de 9.440 pessoas quilombolas, transformando a vida dessas famílias com água potável de qualidade por meio dos sistemas de dessalinização.
O coordenador de dessalinização da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Wellyngton Sandrelly Caldas Ferreira, afirma que os investimentos asseguram implantação, recuperação e manutenção desses sistemas em territórios quilombolas, garantindo operação contínua, capacitação de operadores locais, manejo socioambiental adequado e sustentabilidade técnica. “Esses investimentos refletem o compromisso do MIDR em fortalecer políticas públicas de segurança hídrica voltadas a populações historicamente vulnerabilizadas, considerando o impacto social, econômico e ambiental proporcionado pelo PAD nesses territórios”, afirmou.
De acordo com Wellyngton, o objetivo é ampliar o alcance do programa para mais comunidades quilombolas do semiárido. “A gente percebe que o número de comunidades quilombolas atendidas vem crescendo de forma consistente, resultado do fortalecimento das cooperações estaduais e da priorização dessas populações tradicionais na política de segurança hídrica. Essa ampliação contínua evidencia a consolidação de uma política pública comprometida com a inclusão hídrica, a redução das desigualdades e o avanço das ações de adaptação climática em regiões historicamente marcadas pela escassez de água”, observou o coordenador.
Com a expansão, espera-se não apenas ampliar o alcance territorial do programa, mas também fortalecer a autonomia comunitária, reduzir doenças associadas ao consumo de água inadequada e impulsionar atividades produtivas que dependem do abastecimento regular e seguro. “Assim, o PAD se reafirma como uma ação estruturante e contínua, essencial para o bem-estar das comunidades quilombolas, contribuindo diretamente para sua segurança hídrica, resiliência e desenvolvimento sustentável”, conclui Wellyngton.
Entenda o Programa Água Doce
O Programa Água Doce (PAD) é uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas salobras e salinas, no semiárido brasileiro. Para isso, é preciso estabelecer cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização, levando-se em consideração a presença de sais nas águas subterrâneas dessa região.
O sistema de dessalinização é a estação de tratamento da água salobra do poço, no qual etapas vão tratando e adequando essa água ao Padrão de Potabilidade para consumo humano. Atualmente, o Programa Água Doce atende cerca de 250 mil pessoas em dez estados no semiárido brasileiro, por meio de aproximadamente 1.000 sistemas de dessalinização em operação.





