Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Água, recurso natural básico para a manutenção da vida, um dado divulgado pelo Instituto Trata Brasil aponta uma situação preocupante: quase 35 milhões de pessoas vivem sem água potável no Brasil, sendo 5,5 milhões nas 100 maiores cidades do país.
O Dia Mundial da Água foi criado em 1992 pela ONU e visa à ampliação da discussão sobre esse tema, que é também um dos “17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, um apelo universal à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade. A água limpa e o saneamento são o sexto objetivo da ONU, que chama a atenção para a necessidade de se garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos. Isso, no entanto, parece ainda longe de ser alcançado.
Ainda conforme o Instituto Trata Brasil, 100 milhões ainda não tem acesso à coleta de esgotos (21,7 milhões moram nas 100 maiores cidades).
Dados referentes a 2019, com base em informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, evidenciam que as maiores cidades do país entraram no 1º ano da pandemia, em 2020, com déficits de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apesar das recomendações de higiene feitas pelos órgãos de saúde.
O Brasil ainda não trata metade dos esgotos que gera (49%), o que representa jogar na natureza todos os dias 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento. Nas 100 maiores cidades, em 2019, descartou-se volume correspondente a 1,8 mil piscinas olímpicas diárias.
Entre 2012 e 2019, a população do país com acesso à rede de água no país evoluiu timidamente (de 82,7% com acesso para 83,7%). Com relação à coleta de esgoto, o país saiu de 48,3% da população atendida para 54,1%.
As cidades mais bem posicionadas no novo Ranking do Saneamento são Santos (SP), Maringá (PR) e Uberlândia (MG). Já entre as piores cidades estão Macapá (AP), Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), São João de Meriti (RJ), Belém (PA) e Santarém (PA).