A megaoperação de contenção à expansão do Comando Vermelho, deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, já é considerada a mais letal da história do estado, com mais de 100 mortes oficialmente confirmadas até o momento.
Segundo as forças de segurança, o principal alvo da ação era Edgard Alves de Andrade, de 55 anos, conhecido como “Doca” ou “Urso” — apontado em relatórios da Polícia Civil e Militar como o líder máximo do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro.
Atualmente, Doca figura entre os criminosos mais procurados do país, com uma recompensa de R$ 100 mil oferecida pelo Disque Denúncia, o mesmo valor que já foi atribuído a Fernandinho Beira-Mar, outro chefe histórico da facção, preso desde 2002.
De acordo com investigações, Doca comanda não apenas os complexos do Alemão e da Penha, mas também áreas da Gardênia Azul e César Maia, na Zona Oeste, além do Juramento, na Zona Norte. Ele é acusado de envolvimento em desaparecimentos de moradores, execuções de menores de idade e mais de 100 homicídios.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou Doca e outros 66 comparsas por associação para o tráfico, classificando o criminoso como de “altíssima periculosidade”.
Histórico de crimes
Em outubro de 2023, Doca foi apontado como o mandante da execução de três pessoas e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. As investigações apontaram que as vítimas — médicos que estavam na cidade para um congresso — teriam sido confundidas com milicianos de Rio das Pedras.
Entre os mortos estava Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL).
Já em maio de 2025, Doca foi novamente denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por ter ordenado o ataque a uma delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em 15 de fevereiro.
Segundo o MPRJ, o objetivo da invasão era resgatar Rodolfo Manhães Viana, o “Rato”, preso horas antes por tráfico e associação para o tráfico na comunidade Vai Quem Quer.
Durante a ação, dois agentes ficaram feridos, e um deles foi torturado para revelar o paradeiro de Rodolfo, que já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia.
Doca e os demais envolvidos respondem por tentativa de homicídio qualificado, tortura, dano qualificado e associação para o tráfico.





