Os estrangeiros estavam acompanhados por 2 rapazes brancos que também denunciaram o racismo

Uma câmera registrou o momento em que PMs apontam uma arma para 3 filhos de diplomatas negros durante uma abordagem na Rua Prudente de Moraes, em Ipanema, na noite da última quarta-feira (3). 

Os três rapazes estavam acompanhados de dois garotos brancos, brasileiros. A família de um dos brasileiros denuncia que houve racismo durante a abordagem.

A embaixatriz do Gabão Julie-Pascale Moudouté, mãe de um dos meninos negros, informou estar chocada com o modo da abordagem agressiva.

Segundo a embaixatriz, o papel da PM é proteger “Como que você vai apontar armas para a cabeça de meninos de 13 anos, como é isso? Mesmo nós adultos, [se] você me aborda, você me pergunta primeiro. E depois você me diz porque você está me abordando”, disse Julie-Pascale Moudouté.

De acordo com o relato de uma das mães dos jovens brancos, Raiana Rondhon, através das redes sociais contou que os meninos estavam de férias no Rio, e que na hora da abordagem, deixavam o amigo na porta de casa.

“Com arma na cabeça e sem entender nada, foram violentados. Foram obrigados a tirar os casacos, e levantar o ‘saco’. Após a abordagem desproporcional, testemunhada pelo porteiro do prédio, é que foram questionados de onde eram, e o que faziam ali. Os três negros não entenderam a pergunta, porque são estrangeiros, filhos de diplomatas, e portanto não conseguiram responder”, contou Raiana. 

O Ministério das Relações Exteriores recebeu na última sexta-feira (5) os diplomatas do Gabão e de Burkina Faso que são pais dos adolescentes vítimas de racismo. 

Os embaixadores foram recebidos pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Mauro Furlan, que pediu desculpas formalmente pelo ocorrido. O chefe da cerimônia informou que acionaram o governo do Rio para pedir “apuração rigorosa e responsabilização adequada dos policiais envolvidos”.