Muitas coisas mudaram no Brasil, e no mundo, no último ano. Não apenas as formas de interagir, ensinar, apoiar e viver, mas também mudanças em diretrizes que afetam todas as escolas. Houve avanço no ensino híbrido, o que é um ponto extremamente positivo para o futuro, mas ainda há outras questões que precisamos observar para garantir bons resultados nos próximos meses.
Para a Sphere International School , rede de escolas inovadoras, bilíngues e internacionais concebida a partir das referências da educação e cultura brasileira, do Grupo SEB, fazer diagnósticos ao longo de todo o processo remoto de ensino é essencial para todas as escolas e séries. A prática ajuda a entender quais são os ajustes necessários que precisam ser feitos no ensino para cada aluno e a hora certa para isso. Essa tomada de decisão promove melhorias e evita defasagens. Por isso, a rede oferece abaixo algumas dicas para educadores se prepararem para 2021. Confira!
1. Diagnóstico de aprendizagem
Foram muitos os dias de aulas totalmente online e isolamento social. Apesar de uma vacina já existir, ao que parece, ainda temos muitos outros por vir. Porém, é preciso se preparar para a volta às aulas presenciais. Alguns alunos se adaptaram bem, mas outros, apesar de todo o apoio dado por professores, responsáveis e escolas, ainda tiveram dificuldade. Só saberemos o impacto real da pandemia na aprendizagem das crianças com diagnósticos profundos para entender onde estão as lacunas. A partir disso, os educadores deverão elaborar planos personalizados de recuperação para cada aluno.
“É importante pensar que cada aluno é único e, por isso, tem facilidades e dificuldades em áreas diferentes, além de formas de aprender distintas. A realização desse diagnóstico e um plano de ensino que leva em consideração a necessidade de cada criança será essencial para que a educação seja completa”, explica Susan Clemesha, diretora acadêmica da Sphere International School.
2.Acolhimento socioemocional
O isolamento social e as notícias sobre mortes e doenças causaram em muitas crianças, ao longo de 2020, sentimentos como medo, ansiedade, estresse, confusão e insegurança. Os educadores devem estar preparados para receber e apoiar essas crianças na volta às aulas presencial. Devem ouvir suas preocupações e responder suas perguntas com calma e paciência. Também é importante incentivá-los a expressar, comunicar e nomear seus sentimentos.
Durante os últimos meses, em que a escola teve que migrar para o ambiente online, também houve um movimento de aproximação entre as instituições de ensino e as famílias dos alunos. Não seria possível continuar o ensino sem a assistência dos pais. Eles, por sua vez, também deram mais valor para as escolas e professores. Com isso, as decisões escolares ficaram alinhadas com as opiniões e visões dos familiares das crianças, criando uma real comunidade. A integração entre os dois núcleos deve ser mantida em 2021 para melhor apoiar os pequenos.
3. Uso de tecnologia
Os desafios para as escolas vão além de integrar a tecnologia no uso diário. É preciso ampliar o uso de ferramentas tecnológicas que garantam a continuidade das aulas ou atividades para o caso do surgimento de outras pandemias mais adiante. Esse ponto é ainda mais importante se considerarmos a segunda onda da doença que acomete o mundo nesse momento e as incertezas com relação à aplicação de vacinas no Brasil.
Além disso, a adequação do ensino à tecnologia é fundamental para gerar nos alunos o seu protagonismo e a atuação de forma interativa, modelo que está cada vez mais presente na sociedade moderna. Por isso, as instituições devem propor atividades com recursos digitais de forma integrada e construtiva. Não se trata apenas da utilização das plataformas, mas de entender cada quesito que faz parte do processo educativo relacionado ao uso das tecnologias, sejam elas ferramentas físicas ou virtuais.
4.Matrículas
As instituições precisam estar preparadas para as matrículas e rematrículas deste ano, e flexibilizar a forma como isso acontece será necessário. A Sphere, por exemplo, abriu visitações digitais para atender os pais que não podiam ir até o local, mas continuou a receber na escola quem assim preferisse, em horários alternativos.
A digitalização das matrículas ajuda a economizar materiais e papéis, evita grandes deslocamentos e aglomerações e pode até ter uma atuação preventiva de cobrança, já que o processo passa a ser feito automaticamente. Outros serviços, como secretaria e tesouraria também devem ter a opção de acontecer digitalmente, mesmo após o retorno das aulas presenciais.
5.Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
O uso da tecnologia aumentou em todos os setores, e na educação básica não poderia ser diferente. Em 2020, inclusive, foi a peça principal para permitir que o ensino continuasse, mesmo à distância. A tendência é que após a erradicação deste vírus, a tecnologia ainda faça cada vez mais parte do ambiente escolar.
A LGPD, aprovada no segundo semestre de 2020, colocou o Brasil entre os países que atuam legalmente para proteger os dados e a privacidade dos cidadãos. A princípio pode parecer um exagero, ou um desafio, mas é uma maneira de garantir segurança para todos os envolvidos. Ela vai exigir mudanças e garantias das escolas também, que armazenam informações financeiras e dados pessoais de centenas de famílias. Servidores confiáveis, sistemas de proteção contra ataques virtuais, documentos de autorização de uso de imagem para publicar fotos e vídeos dos alunos em redes sociais e sites, entre outras medidas. É importante que as instituições procurem conselhos legais e tecnológicos para garantir sua conformidade com a nova legislação.
6.Medidas de biossegurança
As dificuldades surgiram com tudo quando o assunto é biossegurança. Depois da crise sanitária do novo coronavírus, e entendendo que essas situações podem voltar a acontecer no futuro, ficou evidente a necessidade de criar medidas de proteção para que, na volta às aulas, nenhum contágio aconteça.
A lista de protocolos a ser adotada deve ser extensa. A Sphere, por exemplo, implementou mudanças nos espaços físicos, como sanitização, processos de biossegurança e higienização dos ambientes, uso obrigatório de máscaras, checagem constante de temperaturas, higienização, distanciamento, salas mais arejadas, entre outras. Incluir orientações para pais e responsáveis também ajuda, já que o risco não está limitado ao espaço físico da instituição. A adoção dessas medidas fez com que a rede não registrasse nenhum caso de contágio desde que as aulas retornaram ao modelo presencial e vai continuar trabalhando para que isso não ocorra em 2021.