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Remédio de R$ 11 milhões segue autorizado no Brasil, apesar de mortes nos EUA

Foto Marcelo Camargo Agência Brasil

Medicamento usado contra distrofia muscular foi suspenso nos Estados Unidos, mas segue liberado pela ANVISA 

Um dos medicamentos mais caros do mundo, o Elevidys, continua autorizado no Brasil, mesmo após ter seu uso suspenso nos Estados Unidos por conta da morte de dois adolescentes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) esclareceu que o remédio segue liberado por aqui, mas com uso restrito a crianças de 4 a 7 anos que ainda conseguem andar — exatamente o oposto do perfil dos pacientes que morreram nos EUA.

A suspensão americana foi anunciada após dois jovens, de 15 e 16 anos, desenvolverem insuficiência hepática aguda durante um estudo clínico experimental. Eles faziam parte de um grupo de pacientes em estágio avançado da distrofia muscular de Duchenne (DMD), que já não tinham mais a capacidade de andar. Lá, esse uso havia sido liberado em caráter emergencial e sob condição de acompanhamento.

No Brasil, a empresa Roche, que comercializa o Elevidys, notificou os casos à Anvisa. No entanto, a agência reforçou que, por aqui, a liberação do medicamento já previa limites rigorosos, aprovando seu uso somente para crianças pequenas, capazes de andar, e com recomendações específicas registradas na bula.

Segundo especialistas, o Elevidys é uma terapia gênica inovadora, que tenta restaurar parcialmente a produção da distrofina, proteína essencial para o funcionamento dos músculos. O remédio é aplicado em dose única, com valores que podem ultrapassar R$ 11 milhões, tornando-o o mais caro já autorizado no país.

A Anvisa informou que segue acompanhando de perto os efeitos do remédio no Brasil, através do seu sistema de farmacovigilância. Caso surjam novos riscos, poderão ser adotadas medidas adicionais para proteger a saúde pública.

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