Por Alessandro Monteiro
A decisão do juiz Eduardo Antônio Klausner, da 6ª Vara de Fazenda do Rio, que definiu uma nova grade de horários para a travessia das barcas, aplicada no último dia 25 de janeiro, prejudicou diretamente os moradores de Paquetá, que não conseguem acordo com a concessionária CCR, responsável pela operação.
Após análise realizada pelo atual secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, a CCR está operando com prejuízos e, até o momento, não existe interesse do governo em renovar o contrato. Logo, 25% da população que trabalha no Centro do Rio e utiliza o transporte diariamente sofre com a redução de horários e a necessidade de locomoção.
Ialê Falleiros, representante da Associação de Moradores de Paquetá, afirma que “a mudança impacta diretamente a vida profissional e escolar de muitos residentes, que estão perdendo seus empregos e deixando as escolas por não conseguirem cumprir com os horários”, pois diminuíram de 25 para 12 viagens, ou seja, houve uma redução de sete viagens por dia.
Uma das preocupações é com o turismo da cidade que, nos finais de semana, recebe boa quantidade de turistas que buscam o tom bucólico e charmoso da Ilha. Além das feiras de artesanato e restaurantes, as pousadas já sentem o reflexo da mudança.
A CCR teria um contrato a ser cumprido até 2023. No entanto, representantes reclamam da baixa de usuários durante as viagens e do prejuízo em cada operação. Em 2015, a empresa informou ao governo que não tinha mais interesse em manter o contrato, pedido este que não foi atendido pelo governo.
Na última semana de janeiro, moradores tiveram uma reunião pública na Alerj, juntamente com as partes envolvidas no caso, porém, nada ainda foi decidido. Após ouvir moradores locais, o governo prometeu rever, após o carnaval, as condições atuais e buscar novas alternativas para o caso.
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