Da Redação
A cúpula da Fórmula 1 recebeu em dezembro passado uma proposta oficial do Rio de Janeiro para a realização do GP do Brasil a partir de 2021. A proposta apresenta o cronograma de depósitos bancários referentes às taxas e apresentação de garantias financeiras para assegurar a assinatura do contrato para a realização do circuito em Deodoro. A candidatura carioca garantiu à categoria repassar até US$ 60 milhões por ano (R$ 250 milhões), o triplo do que São Paulo oferece na negociação para renovar o contrato de realização da prova em Interlagos. O acordo termina no final de 2020.
Segundo informações da Agência Folha, a proposta encaminhada pelo Rio prevê até março do ano que vem o pagamento de primeira parcela. Depois, até junho, deverá ser apresentada carta de crédito com a garantia bancária do repasse do restante até os US$ 60 milhões. Os valores oficiais dessas duas operações são mantidos em sigilo. O prazo está fixado até o fim do semestre, pois para julho está marcada a reunião que define o calendário das provas de 2021. O retorno da F-1 sobre a proposta do Rio deve ser dado ainda neste mês de janeiro.
Os US$ 60 milhões anuais prometidos pelo Rio à F-1 incluem a taxa de promoção do GP (promoter fee), mais a renda com ingressos VIP e a participação na lucro da venda de produtos oficiais. Para bancar o valor, a empresa vencedora da licitação para construir o autódromo, a Rio Motorsports, aposta em verba de R$ 302,4 milhões, aprovada no final de novembro pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro e virá de renúncia fiscal.
O recurso será encaminhado a Rio Motorsports em quatro parcelas anuais até 2022 de forma não cumulativa. Em 2019, o primeiro repasse combinado foi de R$ 30 milhões, depois sobe nos dois anos seguintes para R$ 60,6 milhões e, por fim, chegará a R$ 151,2 milhões. Esses detalhes estão no projeto intitulado “Fórmula 1 Rio de Janeiro de 2021-2030”, aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte Estadual. O dinheiro viria de empresas interessadas em repassar até 3% do ICMS para recolhimento para o projeto.
“Para cada ano de realização da prova, a estimativa é de que o impacto direto e indireto para a economia do Estado do Rio de Janeiro chegue a US$ 160 milhões, cerca de R$ 670 milhões ao câmbio atual, valor baseado em etapas já ocorridas no país e no mundo”, disse em nota em enviada ao Estado a Secretaria de Esporte do Rio. A Rio Motorsports informa que, por ter um contrato de sigilo com a F-1, não pode comentar sobre as negociações em andamento.
O autódromo do Rio, que ainda não existe, tem previsão de custar R$ 700 milhões. Os recursos viriam da iniciativa privada. E só assim o projeto se justifica, pois, atualmente, a prioridade para destinação das verbas públicas, no Rio, tem que ser para melhoria na condição das escolas, hospitais e segurança.
De qualquer modo, a licitação para a obra está suspensa no momento, pois aguarda a aprovação do estudo do impacto ambiental. A cidade assinou em outubro contrato para receber a MotoGP a partir de 2022 por cinco anos.