Com o passar dos anos a relação entre o idoso e a atividade física se tornou extremamente comum na nossa sociedade. A mídia, o saber médico e o Estado propalam a importância de um estilo de vida ativo que potencializa as chances do alcance da longevidade. Com isso de acordo com dados do IBGE, a população idosa no Brasil é atualmente de 22,9 milhões (11,34% da população) e a estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique.
Segundo o site do Ministério da Saúde, o Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, 69,9% são independentes para o autocuidado e 30,1% têm alguma dificuldade para realizar atividades da vida diária, segundo estudo de 2018 (Lima-Costa, MF et al, com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013). Dessa parcela, 17,3% tem muita dificuldade com atividades instrumentais, que são aquelas diárias, como preparar alimentos, cuidar da casa, se deslocar; e outros 6,8% apresentam dificuldades com atividades básicas, como vestir-se e alimentar-se.
Preocupa também o avanço das doenças crônicas nessa população. Atualmente, entre os idosos de 60 a 69 anos, 25,1% tem diabetes, 57,1% foram diagnosticados com hipertensão, além de a maioria estar com excesso de peso (63,5%) e 23,1% com obesidade. De acordo com as estimativas, em 2030 o número de brasileiros idosos ultrapassará o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos e representará 41,5 milhões de pessoas, ou 18,7% da população.
Portanto, cada vez mais mostra-se evidente a importância da prática de atividade física na terceira idade para que haja uma manutenção efetiva na saúde motora e cognitiva. Desta forma propicia-se a esses uma melhor qualidade de vida e bem estar do idoso e também com o intuito de amenizar os efeitos mais severos da sarcopenia, que é processo natural e progressivo de perda de massa muscular (músculos), característico do envelhecimento.
Flávio Soares, educador físico, especializado em Neurociências pedagógicas e Psicopedagogia