Como Biomédica estética e colunista focada em saúde e beleza, reconheço a importância de abordar a autoestima e a voz ativa das mulheres, dentro das famílias, na sociedade e na  criação de riquezas.  E não pode haver voz ativa se a mulher não tem auto estima, se a percepção que ela tem de seu papel no mundo está contaminada por estereótipos que permanecem até hoje, mesmo com tantos avanços na sociedade. 

Sim, a mulher hoje pode trabalhar fora, e a grande maioria dos lares brasileiros é sustentada economicamente por mulheres. Mas então porque temos a quinta maior taxa de feminicídio do mundo inteiro? E esses índices são de violência doméstica, independente da classe social. 

Ao longo de 33 anos de atividade profissional com o público essencialmente feminino, tenho autoridade para discorrer sobre as dores e anseios de nós mulheres. São muitas as questões que afligem as mulheres, muitas exigências e cobranças da sociedade e do meio familiar. 

Além disso, há sim uma competição exacerbada entre as mulheres, estimulada por uma sociedade doente, que preconiza a beleza da extremamente jovem em detrimento da beleza na maturidade. Cada idade tem sua beleza e deve ser cultivada. Muitas mulheres vaidosas na juventude, quando ultrapassam os 50 anos de vida, que ficaram viúvas ou divorciaram e não pretendem contrair novo matrimônio, deixam de cuidar da saúde e da aparência física, isso reforça a máxima de que desde o início, não era pra si era para competir…

Minha reflexão é, se para ter os mesmos direitos que os homens, as mulheres precisam  desenvolver músculos imensos, negligenciar sua feminilidade e tudo que nela está embutido, abdicar da maternidade ou terceirizá-la, cometer os mesmos deslizes masculinos que tanto  incomodam as mulheres por séculos. Isso não é avanço, isso é retrocesso.

É com muita coragem que escrevo essas linhas, direcionadas para você  personificada nas quase 20 mil clientes que atendi nesses 33 anos, que anseia por voz ativa na sociedade, na política, que quer salários e oportunidades de trabalho iguais, mas que também quer dividir a troca de fraldas dos filhos e netos, quer dividir as tarefas domésticas, quer que seu parceiro também use contraceptivos e te dê um buquê de flores no dia 08/03. Porque vamos à luta sem perder a leveza.