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“Sempre fui a Estranha”, desaba Christiana Guinle em pré estreia de nova temporada de espetáculo inspirado em sua identidade de gênero

Genero-Livre-Fonte-Arquivo-Pessoal

O monólogo “Gênero: Livre” seguirá em cartaz aos sábados e domingos de março, na Cidade das Artes, Zona Oeste do Rio de Janeiro

A atriz Christiana Guinle, que já atuou em produções da Globo como “Boogie Oogie”, “Lado a Lado”, “Chiquinha Gonzaga”, “A Casa das Sete Mulheres”, “Ti Ti Ti”, etc, se assumiu como Gênero Fluído e criou um espetáculo inspirado na descoberta sobre sua identidade de gênero. Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Ernesto Piccolo, o monólogo “Gênero: Livre” fez uma pré estreia de sua nova temporada, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. E seguirá em cartaz todos os sábados e domingos na sala eletroacústica até o dia 31 de março.

Com inspiração em alguns episódios da vida da atriz para construir uma narrativa sobre gênero, que vai dos preconceitos arraigados no nosso dia a dia aos debates sobre liberdade em um mundo pós- gênero, as apresentações emocionaram bastante a plateia, que, ao final, chegou a interagir diretamente com a Christiana abrindo espaço para importantes reflexões sobre o assunto. “Você é uma pessoa muito corajosa de colocar o rotos e falar abertamente sobre um assunto que ainda hoje é tabu para muitas pessoas”, destacou uma moça na plateia, sendo loco complementada logo em seguida: “As pessoas chegam na consulta e a gente escuda todo tipo de questionamentos. ‘Será que é coisa religiosa’? ‘Será que é influência da mídia’? Todos os tipos de perguntas… ‘Será que é hormonal’? Só tem uma pergunta que não vejo ninguém fazendo: ‘e o sentimento do meu (a) filho (a)’?”, contou um médico.

Ao responder, Christiana não conseguiu segurar a emoção. “Somos sempre tratados com estranhos. Eu sempre fui estranha”, desabafou, continuando: “Durante minha juventude, eu não tinha muitas referências de pessoas que se identificassem como fluidas. No máximo, tinham as pessoas andróginas. Eu tentava entender minha própria identidade. A descoberta da não-binaridade e a possibilidade de fluir entre os gêneros foram libertadoramente perturbadoras. Contei toda a minha história para o Pedro, que usou as minhas memórias para escrever um espetáculo sobre o respeito às nossas próprias individualidades. Queremos falar do corpo sem gênero. Das roupas sem gênero. Do sexo sem gênero”, explica Christiana Guinle.

O termo “Gender fluid” (Gênero fluído), ou Gênero Livre, como vem se tornando conhecido no Brasil, está relacionado a uma identidade de gênero marcada pela capacidade de fluir e não se limitar por permanências, e pode ou não ter relação com orientação sexual. Uma pessoa gender fluid pode, a qualquer momento, identificar-se como homem, mulher, neutra ou qualquer outra identidade não binária, ou alguma combinação de identidades. Seu gênero também pode variar de forma aleatória ou em resposta a diferentes circunstâncias.

Serviço:

3ª Temporada do Espetáculo “Gênero: Livre”

Datas: 23,24/03 e 30, 31/03.

Horários: Sábados às 20h e Domingos às 19h

Local: Cidade da Artes – Sala Eletroacústica

Endereço: (Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ)

Ingressos: R$ 50,00 (cinquenta reais)

Duração: 60 minutos

Classificação: 12 anos

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