Paracambi tem sua origem, no século XVIII, com a abertura do ” Caminho Novo” por Garcia Rodrigues Paes. A chegada dos primeiros sesmeiros , a partir de 1715, na região, deu início a efetiva colonização, a princípio, às margens do Caminho e, posteriormente, sertão adentro.
Os jesuítas que se estabeleceram nas proximidades e estenderam o seu domínio da Fazenda Santa Cruz além do “Ribeirão dos Macacos”, ocupando quase a totalidade do atual município de Paracambi, foram expulsos e seus bens confiscados pelo Marquês de Pombal (ministro de Dom José I), a mando da Coroa que estava bastante incomodada com a expansão do domínio dos Inacianos (jesuítas da Companhia do Padre Inácio de Loyola) na região. Mais tarde foi criada a Freguesia de São Pedro e São Paulo do Ribeirão das Lages, o primeiro povoado da região. Reconhecimento que se deu graças ao crescimento da cafeicultura e pela localização no caminho obrigatório entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e o Estado de Minas Gerais.
O povoado de Ribeirão dos Macacos abrangia terras, colonizadas pelos jesuítas, dos municípios de Vassouras e de Itaguaí das quais prosperaram Tarietá (Sétimo Distrito de Vassouras) e Paracambi (Terceiro Distrito de Itaguaí). A partir da junção destes dois distritos foi que se formou o Novo Município – Paracambi, em agosto de 1960.
Em 1861 chega a Ribeirão dos Macacos a Estrada de Ferro D. Pedro II que fazia a ligação entre Macacos (atual Paracambi) e Belém (Japeri), favorecendo o escoamento do café e de outros produtos agrícolas da Região do Vale do Café. Nessa viagem inaugural estava presente, entre outros, D. Pedro II.
O meio de transporte ferroviário para a região estreitava, ainda mais, a distância para o Rio de Janeiro (Centro comercial, financeiro e Capital Administrativa – Capital do Império e posteriormente Capital da República). A ferrovia favoreceu a instalação de fábricas importantes no local como a construção da Companhia Têxtil Brasil Industria (1871) que teve como fatores determinantes para sua instalação, além da facilidade para transportar seus produtos para a capital, os recursos naturais da região (abundância de rios e quedas d’água), que foram bastante utilizados pelas indústrias que se instalaram no município.
Em Paracambi, a Mata Atlântica, praticamente intocada, abriga cachoeiras, rios e trilhas que fazem a alegria dos amantes da natureza e dos praticantes de esportes radicais, como a canoagem e o rafting. Para se conhecer toda essa beleza, pode-se fazer uma boa caminhada, um passeio a cavalo pelo horto, percorrer o circuito rural de Ponte Coberta para experimentar a cachaça local e visitar o Instituto Superior de Tecnologia instalado na antiga fábrica de tecidos, que se tornou um centro cultural.
Os grandes barões do café tinham em suas fazendas toda riqueza material que o “ouro negro” podia proporcionar. Os municípios que compõem o Vale do Café abrigam esses palacetes rurais que, atualmente, se propõem, não apenas, a continuar produzindo como também se destacando no que diz respeito ao turismo.
São construções que registram um passado rico de incontáveis histórias e com personagens de brancos e negros que fizeram e contribuíram para o patrimônio histórico e cultural do Brasil.