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Serra: Santana do Piraí – Piraí

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Desde a segunda metade do século XVIII, o plantio de café já estava sendo desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro. Mas com a chegada da família Real à colônia (1808), a cidade não poderia suportar uma estrutura agrária. O intenso comércio e o grande contingente populacional da capital do Império eram, entre outros, motivos que impediam que o cultivo cafeeiro não se desenvolvesse na cidade. Tal fator fez com que o Vale do Paraíba Sul Fluminense surgisse como opção, devido a vasta quantidade disponível de terra, o solo, o clima e o relevo, fatores que contribuíram para o desenvolvimento e o plantio do café. É nesse contexto que se deu início o cultivo das lavouras de café na região.

As cidades que compõem a parte fluminense do Vale do Paraíba do Sul começaram a ser ocupadas a partir da crise da mineração e do aumento da densidade demográfica, na medida em que a região passa a produzir e a exportar o café.

Com a cidade de Piraí não foi diferente, sua ocupação está ligada a construção da Capela de Santana, em torna da qual se formou, em meados do século XVIII, o núcleo da Santana de Piraí. Segundo registros do Livro Tombo da Matriz de Santana sua população inicial estimada era de 380 habitantes. Chegou, com o avanço e a força da produção cafeeira, a ter, aproximadamente, 3.5000 habitantes, em 1849 e segundo as estatísticas da província do Rio de Janeiro a 26.000 habitantes em 1879.

Percebendo que o café era o principal produto de exportação do Brasil e que a Região do Vale do Paraíba do Sul estava se desenvolvendo, D. João VI, para ganhar fama e notoriedade, passou a distribuir sesmarias. Desta forma, as vastas terras do Vale do Paraíba do Sul foram concedidas aos grandes agricultores, altos funcionários da corte e a influentes comerciantes. Neste contexto surge as famílias Breves e Gonçalves Moraes, uma das maiores produtoras de café do Brasil, integrantes da elite e detentoras do poder em Santana do Piraí. Dentre esses produtores, a história do município, destaca Joaquim José de Souza Breves, considerado o maior cafeicultor do Brasil, possuindo em torno de 6 mil escravos e 30 fazendas, das quais produziam de 100 a 200 mil arrobas de café, por ano.

O poder dessas famílias era considerável, chegando a um certo afrontamento com a Corte Imperial, devido ao poder paralelo que mantinham em suas fazendas. Davam preferência à vida no interior onde em suas ricas propriedades podiam desfrutar dos mesmos luxos da vida na Capital. Essas famílias fizeram de Santana do Piraí, a sede das mais ricas e produtivas fazendas do Brasil.

Piraí, seu nome originário do tupi e significa “Rio dos Peixes”, é subdividido nos distritos de Piraí (Sede), Vila Monumento (Segundo Distrito), Arrozal (Terceiro Distrito) e Santanésia (Quarto Distrito). No auge do café, a região progrediu rapidamente, atraindo colonos em busca de terras férteis. A exploração do grão trouxe desenvolvimento para o município e em meados do século XX, a inauguração da Rodovia Presidente Dutra, também, foi um marco importante, inserindo Piraí, na rota fundamental da economia do país. A região destaca-se, ainda, por ser a sede do complexo da Light, responsável pela energia e abastecimento de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro, pela produção de papel, pelo polo de psicultura, e pelo seu setor industrial. O Município é uma das portas de acesso para a região turística do Vale do Café, composta de 14 outros municípios. Região de importantes construções históricas de grande valor artístico, histórico e cultural remanescente do Ciclo do Café. A cidade preserva a típica tranquilidade do interior oferecendo aos visitantes opções de turismo histórico cultural, ecológico e rural.

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