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Setembro Amarelo: saiba como identificar 5 sinais de depressão

 Psicólogo do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), faz alerta e salienta que o acompanhamento profissional permite tratamento adequado e vida saudável

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com a depressão em todo o mundo. O transtorno é caracterizado principalmente por sentimentos negativos, tais como incapacidade, pessimismo, irritabilidade, isolamento, déficit cognitivo (raciocínio e memória prejudicados), tristeza e baixa autoestima. Aos poucos esses sentimentos afetam as capacidades de trabalhar, estudar, comer, socializar, dormir, entre outros. A atenção aos principais sinais da doença é essencial para o autocuidado ou para ajudar uma pessoa próxima. Afinal, a depressão tem tratamento e, feito de forma adequada, permite uma vida normal e com qualidade e não o fim tão abordado pelo “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio.

O psicólogo Gabriel Banzato, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), salienta que, ao menor sinal de tristeza, é importante ponderar. “Inicialmente, é importante diferenciar um estado de tristeza de uma depressão. No cotidiano, todos nós vivemos momentos em que estamos mais felizes ou tristes, o que é natural. No caso da depressão, não estamos falando de uma simples tristeza decorrente de alguma razão específica, mas sim de um estado patológico, onde essa tristeza tem uma intensidade muito grande, produzindo, inclusive sintomas que prejudicam a vida cotidiana no trabalho, nas relações familiares, com os amigos dentre outras, gerando prejuízo em alguma área da vida”, explica.

O especialista destaca pontos de atenção no comportamento e que, se persistirem por uma semana ou mais, indicam a necessidade de busca por ajuda profissional para que seja tratado sem grandes prejuízos:

1 – Desinteresse e Isolamento – a pessoa vai perdendo o interesse por atividades que sentia prazer em realizar e, aos poucos, deixa de sair de casa, a não querer mais manter as relações e os vínculos que tinha. Deixa o convívio social e, até mesmo dentro de casa, prefere se isolar. Aos poucos, não consegue mais sair da cama e prefere dormir a fazer qualquer outra coisa. O fato de não desejar sair de casa e manter qualquer convívio social vai se intensificando ao ponto de perder dias de trabalho ou estudo, não conseguir cumprir com programações ou eventuais afazeres;

2 – Rompimento de vínculos – a pessoa começa a brigar muito com família e amigos e vai se afastando. Assim surgem muitas situações de conflito que desencadeiam os rompimentos, até que a pessoa se vê isolada;

3 – Angústia e ansiedade – o sentimento de angústia e ansiedade intensos são sintomas importantes, que chegam a levar a sentimentos físicos, como dor no peito, mal-estar e sentimento de não-pertencimento. Muitas vezes, as pessoas chegam a procurar o pronto-socorro com essas queixas, realizando exames que visam identificar se há algum tipo de problema físico ou se há necessidade de tratamento para a saúde mental;

4 – Irritabilidade – a pessoa passa a agir com baixa tolerância a qualquer situação que gere algum incômodo e tem reações exageradas diante de pequenas situações do dia-a-dia. É como se estivesse sempre no limite;

5 – Insônia – outra questão importante: o paciente passa a ter muita dificuldade para dormir, muitas vezes demora para pegar no sono, acorda várias vezes no meio da noite ou passa a noite em claro. Este é um sinal muito indicativo de depressão.

Banzato salienta, entretanto, que cada caso deve ser avaliado de forma particular. “Obviamente, outras patologias também podem desencadear sintomas semelhantes, mas via de regra é importante estar atento a esses sinais e, na dúvida, procurar um profissional para ajudar a identificar e tratar o problema”, conclui.

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