No início, Ferreiros era um simples povoado que foi beneficiado pelo trânsito de caravanas e tropas na serra. Em 1858, foi alçado a distrito de Vassouras. Seu nome se deve à oficina de ferreiros, onde os tropeiros substituíam as ferraduras dos burros das tropas que iam de Minas Gerais ao Rio de janeiro. O lugarejo contava, na época, com uma fábrica de chapéus, padaria, açougue, um farmacêutico homeopata, um armazém que atendia as necessidades do povo e que vendia de tudo um pouco, uma fábrica de queijo, de ração e de carvão, além de dois salões de bailes, um para os “brancos” e outro para os “negros”.
Era um centro de comércio que tinha uma importante peregrinação de agentes comerciais, caixeiros viajantes, missionários, historiadores e tropeiros, que movimentavam um grande volume de negócios e que faziam circular entre freguesias e povoados as notícias da capital, das cidades e vilas do país. O comércio de porta em porta, a agricultura de subsistência, representada pelo café, e a chegada de novos colonos proporcionaram ao povoado um impulso para seu crescimento.
No começo do século XX, ainda sem luz elétrica e nem abastecimento de água, a iluminação era feita com tochas e a água obtida em um chafariz que ficava no centro da praça. A Irmandade de São Sebastião possuía grande parte das terras da localidade, além de bens como a Capela de São Sebastião ─ hoje Igreja da Matriz, de 1858 ─ e o cemitério aberto, construído em 1869.
O Caminho Novo foi fundamental a mudança do eixo econômico da região, já que era zona de circulação dos tropeiros. A estrada tornou-se uma das principais vias para escoar o café. Ao longo dela se desenvolveu São Sebastião dos Ferreiros, lugar que passou a ocupar o status de freguesia devido ao seu número de habitantes.
A região do Vale do Ciclo do Café oferece aos seus visitantes, além de um clima ameno, um passeio pela história do estado, com sua arquitetura rural, as fachadas de seus casarios, fazendas e monumentos, que guardam as lembranças de um período de muita riqueza quando, na segunda metade do século passado, ostentava o título de maior produtora de café do mundo.
São Sebastião dos Ferreiros ainda guarda os encantos de sua época áurea. O povoado é simples e acolhedor. No local não existem hotéis, restaurantes ou outro tipo de comércio que satisfaça as necessidades dos turistas. No entanto, é um lugar ideal para trilhas e passeios, possui pequenas cachoeiras e riachos, além de uma bela paisagem. Está separado da cidade do Rio de Janeiro pela distância de 120 km, de Vassouras por 10 km e de Miguel Pereira por 12 km.
Todos os anos, no dia 20 de janeiro, quando se comemora o dia de São Sebastião, o povoado recebe centenas de romeiros que vêm para pedir e agradecer suas bênçãos e graças alcançadas.