Em audiência pública realizada na última segunda-feira (20) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pela CPI dos Trens, o presidente da Supervia, Antônio Carlos Sanchez, confirmou o retorno da linha expressa no Ramal de Santa Cruz, o que vai diminuir o tempo de viagem dos usuários em uma hora.
Pelo cronograma da empresa, no dia 11/07, três trens serão viabilizados das 04h10 às 04h50, horário de pico matutino. Já no dia 25/05, este horário será estendido das 4 às 8h, sendo que haverá também serviço vespertino, das 17h às 20h30. De acordo com Sanchez, a grade será normalizada totalmente a partir do dia 01/08, com o serviço retornando como era realizado antes da pandemia.
Já com relação à segurança nas estações, Sanchez disse que tem se reunido com as polícias militar e civil para combinar ações policiais. De acordo com ele, as delegacias de São Cristóvão (17 DP), Madureira (29 DP), Bangu (34 DP) Nova Iguaçu (52 DP) e Campos Elíseos (Caxias – 70 DP) estão recebendo os registros de ocorrência da concessionária desde o dia 6 deste mês. “As operações policiais precisam ser duradouras e efetivas nas estações dominadas pelo crime organizado”, cobrou o deputado Waldeck Carneiro, relator da CPI, com a concordância de Sanchez.
Com relação aos intervalos irregulares dos trens, Waldeck lembrou que o cronograma da concessionária prevê médias de tempo de viagens, nos horários de pico, que não estão sendo cumpridas pela Supervia: 6 minutos em Japeri (está em 10,7); 10 minutos em Gramacho (está em 18 minutos) e 27 minutos em Belford Roxo (está em 33,5). “Isso acontece por conta das anormalidades existentes na via e devido ao furto de cabos”, disse Sanchez. “Em Belford Roxo, uma estação que considero estar semi-abandonada, vimos mini-lixões na vistoria da linha férrea. Isso não interfere no tempo de viagem?”, indagou Waldeck. “Sim, pois precisamos diminuir a velocidade dos trens em vários trechos”, respondeu Sanchez.
O relator da CPI finalizou as perguntas ao presidente da Supervia: “o Governo do Estado quer fazer o Metrô da Baixada através do Pacto RJ. Não seria mais adequado investir este recurso na modernização dos três ramais de trens que cortam a Baixada? Outra questão é que a concessão foi prorrogada até 2048. A Supervia está animada para operar o serviço por mais 26 anos?”. Sanchez respondeu que a empresa voltou a negociar com o Governo do Estado para investimento na modernização da linha férrea e das estações, já que a concessionária não possui recursos por estar em recuperação fiscal. “Estamos animados, mas o Estado precisa fazer estes investimentos necessários”, respondeu o presidente da Supervia.