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Suspeita de dano as gravuras milenares do Rio Negro leva PF a fiscalizar a área

 

Ação da polícia é uma resposta para pesquisadores que usaram tinta de argila para ressaltar atributos das figuras históricas

A Polícia Federal conduziu uma operação de fiscalização no sítio arqueológico Ponta das Lajes, em Manaus, no último sábado (28), com o objetivo de proteger as gravuras rupestres milenares que foram expostas devido à seca histórica do Rio Negro. Esta ação foi uma resposta a uma polêmica gerada por um grupo de pesquisadores que havia aplicado tinta de argila natural nas gravuras, na tentativa de “ressaltar os atributos” das figuras, uma medida que provocou críticas desde a divulgação das fotos nas redes sociais.

Além da Polícia Federal, a Prefeitura de Manaus também enviou equipes de fiscalização ao local, que havia sido visitado na sexta-feira (27) e no sábado (28). O Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN), em colaboração com o Instituto Soka Amazônia, realizou ações de limpeza de resíduos sólidos no Sítio Arqueológico Ponta das Lajes, mobilizando cerca de 200 voluntários, que foram cadastrados e orientados para realizar ações de preservação na área.

As gravuras rupestres do sítio arqueológico Ponta das Lajes, popularmente conhecidas como “caretas” devido à semelhança com expressões faciais humanas, são esculpidas em paredes rochosas há mais de mil anos. Elas se tornaram visíveis devido à seca histórica do Rio Negro, que registrou seu nível mais baixo em 121 anos de medição. A última vez que essas gravuras ficaram expostas foi durante a grande seca de 2010, e agora, com a seca de 2023, elas atraíram novamente a atenção de curiosos e visitantes.

No entanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) expressa preocupação com o potencial dano que visitantes desavisados ou mal-intencionados podem causar a esse patrimônio cultural brasileiro. Em uma declaração recente, o IPHAN reforçou que todos os bens arqueológicos pertencem à União e que a legislação proíbe qualquer forma de exploração econômica de artefatos arqueológicos, bem como sua destruição e mutilação.

As ações de preservação e fiscalização, envolvendo a Polícia Federal, a Prefeitura de Manaus, o IPHAN e organizações locais, têm o objetivo de garantir que essas gravuras rupestres valiosas, que fazem parte do patrimônio cultural do Brasil, permaneçam intactas e acessíveis para as futuras gerações.

 

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