O aposentado José Albino, de 87 anos, já “morreu” três vezes — pelo menos é o que aponta o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que cortou sua aposentadoria por suspeita de óbito.
Morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ele foi ao banco e comprovou que está vivo, mas o pagamento do benefício segue bloqueado, mesmo após uma decisão judicial que obriga o INSS a regularizar a situação.
O ex-motorista de caminhão já havia sido considerado morto em outras duas ocasiões: em 2019 e em 2023.
“Tô vivo, vivíssimo mesmo, graças a Deus”, afirmou ele.
A filha, Rita Albino, relembrou os episódios anteriores em que o pai também foi dado como morto.
“A primeira vez foi horrível, foram quase sete meses. Na segunda, de novo, foi terrível. A gente tem que contar com o dinheiro de todos, e nossas contas ficam sem pagar, porque a prioridade é ele”, disse.
Sem receber há três meses, José Albino teve a luz de casa cortada. A água só não foi suspensa graças a uma vaquinha feita pelos familiares. Ele conta ainda que não tem dinheiro nem para comprar as pilhas do aparelho auditivo que utiliza.
“Agora, na idade em que ele poderia estar vivendo bem, sem preocupação alguma, tem que todo dia se aborrecer”, lamentou Rita.
“Eles (INSS) dizem que existe um homônimo”, acrescentou.
Albino, que já enfrentou um câncer, afirma que a falta de pagamento tem provocado grande desgaste. “Três meses sem dinheiro nenhum”, desabafou.
O que diz o INSS
O INSS informou que o benefício está em fase de reativação e regularização, e que o problema deve ser solucionado na próxima semana.




