Por Sandro Barros
Donald Trump jantou lado a lado com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no dia 7 de março. O encontro foi na Flórida, no complexo de férias de Mar-a-Lago, a que o mandatário estaduniense gosta de se referir como “a Casa Branca do sul”. Numa mesa grande, com outros participantes, como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Trump colocou Bolsonaro ao seu lado e trocou afagos públicos, afirmando que o Brasil e os EUA “amam” o mandatário brasileiro. Donald Trump elogiou Bolsonaro e disse que “amizade” entre os dois “países está mais forte do que nunca”. Entretanto, ao ser perguntado por um repórter estaduniense se os EUA iriam impor novas tarifas ao aço e alumínio brasileiros, ele disse que não poderia fazer “promessas”.
O comunicado da Casa Branca, que detalhava a pauta do encontro antes do jantar, não mencionava essas tarifas. Em comunicado conjunto, eles anunciaram que ”trabalham por um pacote bilateral de comércio este ano, visando à intensificação da parceria econômica entre os seus dois países”, e especialmente, a reiteração de apoio dos Estados Unidos ao início de processo de entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Trump disse ainda que o Brasil estava “fazendo as coisas bem” e tinha dado uma “virada” com Bolsonaro. O presidente brasileiro respondeu então que “se inspirava em algumas coisas” em Trump.
Quarto encontro entre os presidentes
No campo diplomático, os dois países reiteraram o apoio ao papel de Juan Guaidó como presidente da Venezuela, além do apoio “aos esforços da Bolívia para a realização de eleições livres e justas”, diz comunicado conjunto dos dois países. A crise na Venezuela é uma prioridade da administração Trump na América Latina. O Brasil está alinhado à estratégia de Washington de isolamento total ao regime de Nicolás Maduro. Os dois também assumiram compromisso com a paz no Oriente Médio.
Esta é a quarta viagem de Bolsonaro aos EUA desde que assumiu a presidência. Essa também é a quarta vez que Trump e o presidente brasileiro se encontram. Em março de 2019, Bolsonaro foi recebido na Casa Branca; em junho, os líderes se reuniram no Japão, na cúpula do G20; e, em setembro, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Para Bolsonaro, a viagem também foi uma oportunidade de se reunir com empresários à procura de investimentos. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 de 1,1% (contra 1,3% em 2018 e 2017) anunciado no dia 4 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a ameaça de uma queda global provocada pelo coronavírus, ameaçam levar o país a grave crise econômica, superando inclusive a recessão de 2015 e 2016. (com informações de agências)