O jardim Uana – Ete ( multidão de vagalumes, na língua geral indígena) foi idealizado pela harpista Cristina Braga e pelo contrabaixista Ricardo Medeiros, movidos pelo amor pela música e o respeito à natureza . O espaço, em Vassouras, tem cerca de 135.000 m2 , com mais de 30 mil exemplares de árvores da flora nativa, formado por gramados, bosques e com cerca de 5 Km para prática de caminhada.
Em suas construções foram utilizados materiais reciclados, com portas e janelas, ao invés de paredes, e que se abrem para o verde. Seus jardins possuem atrações permanentes e interativas, tais como: o Caminho das Acácias, com placas de exercícios de yoga e meditação. O Bosque dos Sinos, com diversos formatos de sons; a Árvore dos Cristais, que possui a pedra de ametista em seu interior; a Árvore das Infinitas Possibilidades, onde os visitantes enlaçam fitas coloridas para realização de desejos e o recentemente inaugurado o Labirinto Musical.
− O que a motivou criar o jardim Uaná-Etê?
Cristina Braga − Uaná-Etê é um jardim ecológico, um paraíso eco cultural criado com carinho para provocar a reflexão sobre a importância da música e da natureza e proporcionar um espaço de beleza, paz para as pessoas: coisas que se alcançam mais facilmente entre flores,florestas e música. Inauguramos, eu e Ricardo Medeiros, em novembro de 2014, com uma maravilhosa pequena equipe de colaboradores, produtores culturais e jardineiros e temos muito trabalho, com muita animação . Parece que a natureza resolve recompensar o esforço de todos: temos tido os mais inesperados acontecimentos cotidianos por aqui. Já vivemos uma raríssima neve de alecrim (o jardim inteiro estava com os alecrins do campo floridos e o vento causou um fenômeno ímpar que cobriu de branco o chão e os campos). Noites repletas de vaga-lumes na beira das matas, visitantes que voltam porque seus desejos, escritos em fitas de cetim e amarradas na árvore das infinitas possibilidades, se realizaram.
E hoje sediamos o primeiro Labirinto da Música no mundo, um projeto genial da paisagista Maritza Orleans Bragança, que se encantou pelo jardim ( e o jardim por ela ) e condensou em um percurso reflexivo a força e a importância da música como arte e como ciência.
Qual a finalidade e importância do Labirinto Musical?
Cristina Braga – O Labirinto da Música mostra como o som está na base de toda criação. Maritza Orleans e Bragança sintetizou, em pequenos jardins ,câmeras dentro do percurso, o ritmo, a relação do homem primitivo com a música, a sequência de Fibonacci, o teorema musical de Pitágoras, a acústica, o ouvir, o ouvido, as sete notas musicais em canteiros de flores, um anfiteatro para apresentações repleto de contrastes, e, por fim, o Labirinto do monocórdio divino, teoria do filósofo inglês Robert Fludd, de que o homem é um elo de ligação: conecta o espírito absoluto à matéria absoluta.
Quais são os projetos do jardim para o futuro?
Cristina Braga – Muitos, Os mais próximos são agora definir os Dias Prateados, 30 de setembro e 1 de outubro, com um dia de bem estar, caminhadas, sorvetes e o outro com um baile prateado para as pessoas de alma ou cabelos prateados. Neste dia tivemos o cantor e dublador Marcelo Coutinho , que dublou as vozes do Rei Leão, do Príncipe da animação Pocahontas, e muito mais. Um grande artista. E de 12 a 14 de outubro tivemos a semana das crianças, com uma casa de biscoitos e doces gigantes aberta à visitação, além de inúmeras atividades para crianças. Já estamos planejando novas atividades. Fica, então, uma grande uma grande dica para os leitores do Diário do Rio: uma visita ao jardim ecológico Uana Ete.
Tel.: (24) 24681550.
Vitor Chimento
Biólogo e jornalista MTb 38582RJ
vitor.chimento@diariodorio.com.br