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Um em cada três brasileiros precisa fazer atividades extras para complementar a renda

Pesquisa Nacional sobre Desigualdades, realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Ipec, aborda questões como fome e pobreza, renda, o impacto de eventos climáticos em diferentes classes sociais, racismo e assédio contra a mulher
O Instituto Cidades Sustentáveis lança na próxima terça-feira, 29 de agosto, às 19h, a Pesquisa Nacional sobre Desigualdades, realizada em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica. O lançamento ocorrerá em evento aberto e presencial no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, e contará com debate de especialistas e representantes do poder público, da academia e de organizações da sociedade civil.
A pesquisa identificou a percepção da população brasileira sobre as múltiplas formas de desigualdade – social, racial, de gênero e orientação sexual –, abordando questões como a necessidade de se fazer atividades extras (bicos) para complementar a renda, a percepção sobre o aumento ou diminuição da população em situação de fome e pobreza, os impactos das mudanças climáticas em classes sociais distintas, as diferenças de tratamento entre pessoas negras e brancas, os locais onde as mulheres mais sofrem assédio, entre outras.

Ao todo, foram entrevistadas 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, em 127 municípios. A pesquisa tem intervalo de confiança de 95% e a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Veja alguns resultados:

  • 31% dos(as) brasileiros(as) precisaram fazer alguma atividade extra para complementar sua renda no último ano, número que equivale a 52 milhões de pessoas. Em 2022, o percentual era de 45%.
  • A maioria da população brasileira (57%) segue com a sensação de que houve aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza na cidade onde moram; em 2022, o índice era de 75%.
  • 71% concordam totalmente ou em parte que as mudanças climáticas e eventos extremos, como chuvas, calor ou frio intensos, seca prolongada, atingem igualmente todas as pessoas, independentemente de cor ou classe social.
  • A maioria da população (68%) considera que existe diferença no tratamento entre pessoas negras e brancas em diferentes ambientes. Os espaços mais citados em que há situação de preconceito são os shoppings e estabelecimentos comerciais, seguidos por escolas e universidades; ruas e espaços públicos aparecem em terceiro lugar dentre os mais citados.
  • 40% das mulheres dizem que já sofreram assédio em pelo menos um ambiente pesquisado (ruas e espaços públicos, transporte público, ambiente de trabalho, bares e casas noturnas, transporte particular e ambiente familiar).
  • Quase metade da população declara que já sofreu ou viu alguém sofrer preconceito em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero; essa proporção registra queda de 11 pontos percentuais em relação a 2022; espaços públicos permanecem como o local onde as pessoas estão mais suscetíveis a esse tipo de preconceito.

 

Os dados da pesquisa serão apresentados também no lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, no dia 30/8, em Brasília. O Pacto é uma iniciativa de organizações sociais, associações de municípios, centrais sindicais, entidades de classe, instâncias governamentais do Executivo e Legislativo federal, estadual e municipal, e do Poder Judiciário.

O objetivo do movimento é transformar o combate às desigualdades em prioridade nacional e promover um conjunto de ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. As primeiras iniciativas incluem o lançamento do Observatório Brasileiro das Desigualdades – um diagnóstico construído com base em 42 indicadores de 12 áreas temáticas – e da Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades.

 

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