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Um problema de todos

Foto: Reprodução

O ano de 2022 marca uma das maiores crises da humanidade, registrando o maior índice de fome no mundo e atingindo 1 a cada 3 pessoas. Um conjunto de fatores fustigantes, como as mudanças climáticas, a pandemia da Covid-19 e, mais recentemente, a guerra da Ucrânia, colocou o planeta em estado de completa vulnerabilidade. Com o aumento dos preços dos combustíveis, alimentos e fertilizantes, há um risco crescente de recessão nas economias mais fortes, afetando invariavelmente a economia global. Nesse cenário, temos por um lado, a China com novos surtos da Covid e ameaça de lockdown, a Europa com o risco de corte de fornecimento de gás por conta da guerra, e a economia americana com nível inflacionário de 9,1% (14/07). Por outro lado, temos a Índia, entre outros países, com políticas protecionistas de restrição de exportação de trigo devido `as ondas de calor e mudanças climáticas.

O resultado de tudo isso não poderia ser outro senão um aumento de preços dentro e fora dos países também para aqueles que se decidiram por medidas restritivas de proteção de sua economia interna. Alguns economistas projetam a possibilidade de se engendrar uma política de autossuficiência. Entretanto, é fato que alguns países sempre precisarão importar alimentos, especialmente, se considerarmos a crise climática atingindo seus piores dias. Junto a isso, há a crescente ameaça de instabilidade política, pois, com a fome chegam a revolta da população, com manifestações nem sempre pacificas, e a migração em massa.

Diante desse cenário quase apocalítico com doença, guerra, fome e morte, não há atalhos ou soluções isoladas. Todos estamos envolvidos, ao mesmo tempo, como vítimas e como parte do problema. Penso que seria desnecessário desvelar todo uma simbologia de referência bíblica apenas para constatar que há somente uma solução possível: nos unirmos para minimizar os impactos dessa crise e assim dirimir o sofrimento dos menos favorecidos em países mais pobres da África, Asia e América Latina. Ampliar o acesso de alimentos, alimentação saudável, a todos requer redefinição de políticas agrícolas com prioridade de investimentos e subsídios para os agricultores. Isso, na verdade, sempre esteve na pauta de relatórios da ONU, mas, infelizmente, faltou-nos olhos para ver.

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