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Uma meia hora pela Ilha da Gigóia.

 

Ilhota localizada na Barra da Tijuca é como um oásis em meio ao caos urbano do bairro.

 

Quando a ideia é ir para a Barra da Tijuca, a maioria dos cariocas entorta a cara. O trajeto até o bairro da zona oeste é uma viagem bem cansativa, mesmo que nos últimos anos o BRT e a Linha 4 do metrô tenham facilitado um pouco o acesso à Barra. Contudo, para quem mora longe, o trajeto é algo que desanima, ainda mais se for para dar um passeio.

Mas esqueça os shoppings da Barra, a Olegário Maciel e sua vida noturna de bares e restaurantes, a orla e seu quebra mar cheirando fortemente a maresia ou as boates da Armando Lombardi. Nós temos uma sugestão bem melhor de passeio: a Ilha da Gigóia.

É curioso como são poucos os cariocas que sabem disso: a Barra da Tijuca possui um complexo lagunar, no qual pertencem as lagoas Jacarepaguá, Camorim, Marapendi e a Lagoa da Tijuca, onde somente nesta já há cerca de dez ilhotas. A Ilha da Gigóia é uma dessas ilhotas, sendo a maior e a mais populosa, possuindo em torno de 3 mil habitantes. Seu ambiente é composto por manguezais, morros e uma vegetação atlântica bem viçosa e exuberante.

A Ilha da Gigóia é como um pequeno oásis em meio aos caos urbanos. Se a Barra é um bairro praticamente feito para o uso de carros, nós de trânsito nos horários de pico e aquele ar viciado da fumaça dos escapamentos, parece quase mágica existir em meio às lagoas uma pequena e pitoresca ilha.

Para se acessar a Ilha da Gigóia é preciso pegar as balsas, cujos acessos estão atrás do Barra Point e na saída “Lagoa” da Estação Jardim Ocêanico, pontos facilmente acessíveis pelo metrô, BRT ou linhas de ônibus que vêm da Zona Sul. Se está de carro, melhor estacionar o veículo no próprio Barra Point que – por sinal – possui um outdoor digital convindo quem vem sentido Joá a visitar.

Deixe o carro, pois veículos não são permitidos na ilha, afinal, ela não possui ruas asfaltadas. Você somente verá motos d’água e barcos que circulam a ilhota, mas não verá nenhum veículo motorizado em suas ruas. O valor das balsas é cerca de R$ 6, dependendo do balseiro e pode ser pago em dinheiro vivo ou pix. A ida dura 2 minutos até seu píer principal, mas é possível fazer um trajeto que dê toda a volta pela ilha, que custa R$ 30, para ter um panorama geral de sua beleza.

Uma vez dentro da ilha, é como entrar em uma realidade paralela: o ar viciado da metrópole dar lugar ao ar puro da vegetação, uma leveza bucólica que dá a sensação de estar parado no tempo. Dá para conhecer toda a Gigóia a pé, em praticamente meia-hora você já percorreu todo o lugar, podendo “até se perder” em de suas ruas, mas facilmente se encontra.

A paz pitoresca do lugar lembra bastante outra ilha conhecida, porém, mais famosa, a Ilha de Paquetá, porém, a Gigóia é bem menor. Além das suas ruas tranquilas e repletas de verde, o local possui vários bares e restaurantes. Há quem diga que a Gigóia possui os melhores restaurantes do Rio de Janeiro, porém, escondidos.

Sua gastronomia é bem rica e variada. Por se tratar de ilha, obviamente há bastante local especializado em frutos do mar e peixes, mas também há pizzarias, hamburguerias artesanais e restaurantes de culinária italiana, todos a preços bem variados. Para todos os bolsos, há os restaurantes que servem PF e claro, os bares com suas cervejas e petiscos. Alguns desses bares até mesmo já concorreram no tradicional concurso ‘Comida di Buteco’.

Vale citar o Bar Caiçara, cuja atmosfera rústica é bem convidativa e seu cardápio possui cervejas artesanais e comidas a um bom preço. Se for fazer a pausa para o cafezinho, tem o  Café da Poesia, que possui bastante influência da culinária argentina, com alfajor e empanadas de fabricação própria. As pizzas da Pizzaria alla Pergola são muito elogiadas e o Gigoia Bistrô é conhecido pelos seus hambúrgueres artesanais.

Já se você está na ilha e quer comer frutos do mar, há o famoso Bar do Cícero, cujo cardápio tem um bom custo-benefício. Este bar fica na Ilha Primeira, em frente a Gigóia e costuma ser o primeiro píer de acesso antes desta, porém o Cícero fica bem cheio durante os finais de semana. Caso esteja com o bolso folgado e queira algo mais sofisticado, tem o  Restaurante Laguna.

Importante dizer que mesmo que a Ilha da Gigóia não seja muito conhecida, não significa que ela não fique vazia durante os finais de semana. Se deseja comer e beber com tranquilidade, é interessante fazer uma reserva no restaurante escolhido. E mesmo que a ilha seja muito bonita, ela possui alguns problemas na infraestrutura e falta preservação em algumas partes. Há placas no qual se pede para não jogar lixo na rua, portanto respeite o local e seus habitantes!

Para ir embora da ilha, basta apenas ir a um píer e esperar aparecer uma balsa. E de volta a cidade caótica.

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