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Uma nova Guerra Fria

Desde o século 17 até os dias atuais, a Ucrânia tem sido o centro de sangrentas disputas de poder entre grandes impérios e nações e de importantes eventos históricos, entre eles: a partilha da Ucrânia entre Polônia e Rússia (1654), a sua adesão `a união das Republicas Socialistas Soviéticas (1922), a invasão das tropas alemãs durante a Segunda Guerra mundial, a anexação da Crimeia `a RSS da Ucrânia (1953), a independência da Ucrânia com o colapso do comunismo (1991), a Revolução Laranja (2004), Revolução ucraniana (2014), e mais recentemente, o referendum sobre o status da Crimeia, a confrontação em Odessa, e a guerra em Donbass. Tal disputa de forças tem sua razão de ser: o controle de suas riquezas e do acesso ao Mar Negro. Além disso, sua localização constitui ponto estratégico para o avanço do domínio da Europa ocidental, tornando a Rússia vulnerável.

Desde os anos 80, grupos nacionalistas, que já atuavam desde antes da segunda guerra mundial, tentam assegurar um governo puramente ucraniano, fora da esfera étnica, cultural e político-econômica da Rússia, com o suporte da mídia e de ONGs que seguem protocolos da geopolítica americana. Há claramente a divisão de dois blocos de influência: o capitalismo ocidental de corporações, representado pela União Europeia, Reino Unido, EUA e Japão, e o capitalismo de estado, representado pela China e Rússia. Em meio a tudo isso está a Ucrânia, um país devastado em sua economia interna e com sua população empobrecida e alienada do jogo de forças manipulativas a que tem sido sujeita.

À luz de todos esses acontecimentos, aqui colocados em termos muito gerais, percebemos que paira, sobre nossas cabeças, a ameaça de uma nova guerra nuclear. Também percebemos que, junto ao custo humano que tem sido imposto aos ucranianos ao longo dos anos, há também, ao tomar partido em um conflito que nada traz de positivo à humanidade ou ao nosso sentido de cidadania, o custo ideológico a que estamos intimados a pagar. Isso nos faz pensar que, se a política nasceu com o fim último de promover a segurança, a paz e o florescimento intelectual e social de seus cidadãos, diante desse cenário, tais objetivos correm o risco de se tornarem apenas belas palavras no ideário filosófico de alguns pensadores.

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