Era noite de Natal no sertão nordestino, o calor do dia persistia, as estrelas brilhavam intensamente, estavam vestidas de festa para a ocasião. As casas simples, feitas de taipa , estavam iluminadas por lamparinas e lampiões que tremulavam ao vento, trazendo um ar de aconchego ao local.
Na casa de Dona Maria, a alegria era contagiante. Filhos, netos e o vizinho, todos juntos, para celebrar a noite especial. Os recursos eram poucos, porém, com o coração cheio de amor, preparou uma ceia modesta, carne de sol, arroz com ovos, baião de dois, um pouco de galinha para as crianças e sobremesas caseiras: doce de caju e de leite. Para ela, o que importava era a união, e não a quantidade de comida na mesa.
Enquanto a ceia era servida, às crianças, entre elas o menino Pedro, mal podiam conter a ansiedade, ele acreditava fervorosamente na magia do Natal e, especialmente, no Papai Noel. Com um sorriso travesso, mostrava a cartinha que havia escrito para Papai Noel, pedindo um presente simples: um carrinho de madeira, feito à mão. Acreditava que, deixando a carta sob a árvore improvisada, montada com galhos e folhas, o bom velhinho o atenderia.
Após a ceia, a família se reuniu ao redor da árvore. Pedro, com olhos brilhando de expectativa, falou: “Hoje à noite Papai Noel vem aqui em casa, sinto isso!” Os adultos riram, mas seus corações estavam aquecidos pela inocência do menino.
Enquanto todos conversavam e riam, Pedro decidiu fazer algo especial. Com um pedaço de papel e um lápis, desenhou um grande coração e, com cuidado, escreveu: “Papai Noel, eu te espero!” e pendurou na árvore.
Cansado, se deitou, sonhando com o carrinho de madeira que imaginava ganhar. No silêncio daquela noite, um grupo de jovens do local, inspirados pela tradição de fazer o bem, construíram carinhosamente um carrinho de madeira para Pedro, utilizando materiais descartados no lixo. D Maria “esqueceu” a porta aberta para eles, que sorrateiramente entraram e deixaram o presente debaixo da árvore, junto ao desenho do menino, certos de terem feito a alegria e a felicidade de uma criança.
Pedro acordou com o sol janela a dentro. Correu para a sala e, ao ver o carrinho de madeira, seu coração quase explodiu de felicidade. “Papai Noel veio! Papai Noel veio!”, gritava, pulando de alegria. Os adultos riram e se entreolharam, sabendo que o verdadeiro espírito do Natal estava ali, na generosidade e no amor daquela gente.
Na simplicidade do sertão, onde a vida era dura e os recursos escassos, a magia do Natal se manifestou autenticamente. Pedro aprendeu que a crença em Papai Noel ia além do homem de vermelho; concretizava-se na bondade dos que estavam ao seu redor, prontos para fazer a diferença.
O Natal está chegando! Faça a diferença na vida de alguém, seja o Papai Noel de Pedros, Ritas, enfim…mostre que o amor e a união brilham como a estrela que anunciou a vinda de Jesus Cristo.
Feliz e alegre Natal!