Após o recente incidente envolvendo a Ministra Anielle Franco, a Dra. Cristiane Romano ressalta a necessidade de as mulheres se expressarem e denunciarem agressões, enfatizando o impacto da violência sexual na saúde mental e emocional
O recente episódio de importunação sexual vivido pela Ministra Anielle Franco trouxe à tona a urgência de se discutir sobre a violência contra as mulheres e a importância da fala e da expressão na superação de traumas. Este incidente não apenas expôs uma realidade alarmante, mas também evidenciou a necessidade de criar um espaço seguro para que as mulheres se sintam à vontade para compartilhar suas experiências de agressão.
A Dra. Cristiane Romano, especialista em comunicação e oratória, afirma que a capacidade de expressar seus sentimentos é fundamental para que mulheres que sofrem esse tipo de violência não apenas se façam ouvir, mas também busquem apoio e justiça. “Quando as mulheres falam sobre suas experiências, elas não apenas rompem o silêncio, mas também iluminam uma questão que ainda é silenciada em muitos contextos sociais”, explica a Dra. Cristiane.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, mais de 1,5 milhão de mulheres afirmaram ter sofrido algum tipo de violência sexual no Brasil, representando uma continuidade alarmante de um problema que afeta a saúde e o bem-estar das mulheres em todo o país. As consequências dessa violência vão além do trauma imediato; as vítimas enfrentam frequentemente desafios emocionais e psicológicos que podem durar anos. A dificuldade em se expressar pode agravar esses efeitos, gerando problemas como depressão, ansiedade e isolamento social.
A Dra. Cristiane acredita que a habilidade de se comunicar e expressar corretamente suas emoções é crucial para a superação das consequências de agressões. “Quando mulheres se sentem seguras para compartilhar suas experiências, isso não apenas empodera, mas também conscientiza a sociedade sobre a gravidade da violência sexual”, comenta.
Ela sugere que é essencial promover espaços seguros para que as mulheres possam contar suas histórias, buscar apoio emocional e denunciar agressões. Além disso, destaca algumas estratégias que podem ser úteis:
- Participação em grupos de apoio : Participar de grupos de apoio e redes de solidariedade pode facilitar a expressão e a troca de experiências, proporcionando um ambiente encorajador.
- Formação em comunicação : Cursos de desenvolvimento pessoal que abordam a comunicação assertiva podem ajudar mulheres a se expressarem de forma mais clara e confiante.
- Importância da escuta ativa : A sociedade precisa aprender a ouvir e valorizar as vozes femininas, promovendo mudanças no comportamento social e na cultura.
- Saúde mental e recursos profissionais : Procurar ajuda de profissionais habilitados pode ser vital para lidar com as consequências emocionais da violência.
- Apoio social : Sensibilizar a sociedade por meio de campanhas e divulgação pública sobre o assunto pode criar um espaço mais acolhedor para que as vítimas se manifestem.
O caso da Ministra Anielle serve como um chamado à ação para que todas as mulheres se sintam encorajadas a se manifestar. “A mudança começa quando as mulheres se unem, juntam suas histórias e suas vozes em um ato de resistência contra a violência. A expressão é uma ferramenta poderosa de mudança”, conclui a Dra. Cristiane.