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Yolanda Braga é símbolo de representatividade e pioneirismo da mulher negra na televisão brasileira

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Atriz bailarina e cantora foi a primeira protagonista negra de uma novela no Brasil e marcou a história ao protagonizar o primeiro beijo interracial da TV abrindo caminhos para futuras gerações

Yolanda Braga, nascida Iolanda de Souza Braga em 11 de outubro de 1941 no Rio de Janeiro, destacou-se como atriz, bailarina e cantora, tornando-se um ícone na história da televisão brasileira. Sua trajetória é marcada por pioneirismos que abriram portas para a representatividade negra nas artes cênicas do país. Desde jovem, Yolanda demonstrou interesse pelas artes. Em 1958, aos 16 anos, obteve a emancipação dos pais para seguir sua paixão pela dança, estreando no espetáculo “Um Milhão de Dólares de Baby”. Sua dedicação a levou a integrar a companhia de teatro “Mister Samba”, realizando turnês por países da América Central, como Guatemala, Panamá, El Salvador, Honduras e Belize. 

Em 1963, Yolanda ingressou na TV Excelsior, participando de programas como “Colê É O Show” e “A Cidade Se Diverte”. No ano seguinte, transferiu-se para a TV Tupi, onde ganhou destaque ao interpretar Mariana na novela “O Direito de Nascer”. Contudo, foi em 1965 que alcançou reconhecimento nacional ao protagonizar “A Cor da Sua Pele”, tornando-se a primeira atriz negra a liderar uma telenovela no Brasil. Nesta produção, interpretou Clotilde Vieira, uma empregada doméstica que vivia um romance com Dudu, personagem de Leonardo Villar. O enredo abordava temas como o preconceito racial e culminou com o primeiro beijo interracial exibido na televisão brasileira. 

Além da televisão, Yolanda expandiu sua carreira para o cinema, participando de filmes como “Arrastão” (1967) e “Jogo da Vida e da Morte” (1972). Sua versatilidade artística a levou a se apresentar em Portugal, onde estrelou o espetáculo “Minha Querida Mulatinha” ao lado do ator Raul Solnado. Ao retornar ao Brasil, Yolanda continuou a brilhar nos palcos teatrais. Participou de produções como “Holiday in Brazil” e foi reconhecida como a “Grande Dama da Dança”. Sua influência estendeu-se para além das artes cênicas, contribuindo para a visibilidade e valorização da cultura negra no país. 

Yolanda Braga não apenas quebrou barreiras como atriz, mas também como mulher negra em um período de profundas transformações sociais. Sua carreira multifacetada abriu caminho para futuras gerações de artistas negros na televisão, teatro e cinema, contribuindo para a construção de uma representação mais plural e justa nas artes brasileiras. A trajetória de Yolanda é um testemunho de talento, resistência e inovação, refletindo a riqueza e diversidade cultural do Brasil. Sua história permanece como fonte de inspiração, lembrando-nos da importância da representatividade e da contínua luta por igualdade no campo artístico e social.

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