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Ziraldo: o gênio multifacetado do quadrinhos brasileiros

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Criador do Menino Maluquinho e do O Pasquim, conheça a história do cartunista mineiro

Ziraldo Alves Pinto é um nome que ressoa através das décadas no panorama cultural brasileiro. Nascido em Caratinga, Minas Gerais, no dia 24 de outubro de 1932, ele se tornou muito mais do que apenas um cartunista ou escritor; ele é um verdadeiro polímata das artes. Seu legado abrange o humor, a literatura infantil, a pintura, o jornalismo e uma infinidade de outras expressões criativas.

Desde os primeiros anos de sua vida, Ziraldo já mostrava sinais de um talento excepcional. Filho de Zizinha e Geraldo, o jovem Ziraldo passou sua infância na pacata Caratinga, onde seu dom para o desenho começou a se manifestar precocemente. Aos 6 anos, seu trabalho já era digno de ser publicado, aparecendo no jornal Folha de Minas.

Após um breve período no Rio de Janeiro, onde estudou na MABE (Moderna Associação de Ensino), Ziraldo voltou a Caratinga para concluir seus estudos no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957, ele se formou em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, demonstrando uma versatilidade que seria uma constante em sua vida.

A carreira de Ziraldo decolou rapidamente quando ele começou a contribuir com a revista “O Cruzeiro” em 1957, consolidando sua posição como um dos principais cartunistas e chargistas do país. Seus personagens, como Jeremias, o Bom, e a Supermãe, conquistaram o público e solidificaram sua reputação como um mestre do humor.

Mas Ziraldo não se contentou em apenas fazer rir; ele também se tornou uma figura importante na luta contra a ditadura militar no Brasil. Como um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, ele desafiou abertamente o regime, enfrentando até mesmo a prisão por suas convicções.

Em 1980, Ziraldo alcançou um marco definitivo em sua carreira com o lançamento de “O Menino Maluquinho”. Este livro, que captura a imaginação e a travessura da infância de uma maneira única, tornou-se um fenômeno editorial, cativando gerações de leitores com seu protagonista adorável e suas aventuras hilariantes.

Além de sua obra mais famosa, Ziraldo também foi pioneiro na indústria de quadrinhos brasileiros, lançando em 1960 a primeira revista em quadrinhos do país feita por um único autor, a “Turma do Pererê”. Embora tenha sido interrompida pelo regime militar, sua influência ainda ressoa no cenário das histórias em quadrinhos brasileiras.

Ao longo de sua vida, Ziraldo acumulou uma impressionante lista de prêmios e honrarias, incluindo o “Nobel” Internacional de Humor, o Prêmio Jabuti de Literatura e a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais. Sua contribuição para as artes não conhece fronteiras, tendo suas obras traduzidas para diversos idiomas e publicadas em todo o mundo.

Apesar de enfrentar desafios de saúde ao longo dos anos, incluindo um infarto em 2013 e um AVC em 2018, Ziraldo continua sendo uma figura inspiradora e ativa no cenário cultural brasileiro. Seu legado perdurará por muitas gerações, lembrando-nos sempre do poder transformador da arte e do riso.

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