Jornal DR1

JORNAL DR1

Edições impressas

5 sinais de que o comportamento da criança merece atenção

pai-e-filho-triste

“O comportamento do meu filho é normal?”. Esta é uma pergunta que muitos pais fazem para si mesmos. Eles questionam se a tendência dos pequenos em ultrapassar limites é simplesmente um rito de passagem da infância ou se há uma causa subjacente. Quando o pré-adolescente fica mal-humorado e retraído, por exemplo, os pais podem atribuir as mudanças de humor aos hormônios ou então pensam na possibilidade de algo mais sério estar acontecendo.


Mas como, de fato, diferenciar o comportamento “normal” da infância de um estado emocional que deve ser avaliado?

Segundo Filipe Colombini, psicólogo parental e CEO da Equipe AT, antes de qualquer coisa é preciso que os pais estejam atentos às condutas do filho e observem aspectos como: padrão de atitudes, personalidade, o que gosta de fazer, como interage com o círculo social.
“Estar conectado com a vida do filho, em um processo de educar, dar limites e apresentar o mundo, é primordial para ter pistas sobre quando algo não vai bem”, diz Filipe. “Acima de tudo, os pais devem confiar em seus instintos com relação ao comportamento e às emoções dos filhos. Se você acha que seu filho não está agindo como ele mesmo e as atitudes estranhas são persistentes, procure auxílio profissional”, conclui.

Existem vários sinais que podem indicar que algo não vai bem com a criança. Confira os principais, a seguir:

1) Irritabilidade: seu filho bate a porta do quarto quando você pergunta como foi o dia dele na escola? Está discutindo com os irmãos com mais frequência do que o normal? Tem ficado mais agressivo com os amigos? “Atacar ou ficar mais irritado do que o habitual é sinal de que a criança pode estar frustrada e com dificuldades de expressar suas emoções de forma mais clara”, explica Colombini.

2) Mudanças no apetite e padrão de sono: “A criança pode estar tendo problemas para dormir e comer porque está preocupada, ansiosa ou deprimida”, diz o psicólogo. Assim, quaisquer mudanças nos hábitos regulares de sono e alimentação do seu filho que durem mais de algumas semanas podem significar um problema.

3) Regressões. Quando o pequeno volta a ter comportamentos que havia superado ou começa a agir como seu irmão mais novo, provavelmente está passando por uma regressão. “As regressões podem incluir não querer ir à escola, urinar na cama, e pedir ajuda com coisas que normalmente conseguem fazer sozinhos”, diz Colombini.

4) Alterações comportamentais. “Se o filho normalmente é muito falante e extrovertido, mas começa a se retrair e não quer entrar em detalhes, isso é sinal de que algo pode estar acontecendo emocionalmente”, diz Filipe. Outros indícios incluem, por exemplo, perguntas ou desenhos e brincadeiras sobre órgãos sexuais e sexualidade, em uma fase na qual isso não é esperado. “Esse tipo de situação pode indicar que a criança está sofrendo abusos físicos e sexuais”, alerta.

5) Desatenção. Seu filho se distrai facilmente, com frequência? Se qualquer brinquedo, barulho ou situação parece roubar a atenção do pequeno, é necessário investigar o que está acontecendo. “Esse comportamento pode afetar o desenvolvimento da criança e gerar prejuízos na aprendizagem”, diz o especialista.

Buscando ajuda

“Quando se fala em crianças, automaticamente estamos falando dos pais”, ressalta Filipe. Segundo o psicólogo, na presença dos sinais de alerta, é importante os pais estarem cientes de que a culpa não é da criança, pois é o ambiente e as habilidades parentais que influenciam a rotina do pequeno.

Nesse sentido, o especialista destaca a importância dos genitores identificarem os problemas e ajudarem na busca por soluções. “Eles precisam fazer uma imersão nos ambientes onde o filho está envolvido, assumindo protagonismo na busca por soluções”, diz Filipe.

Em tempo: a modalidade de terapia conhecida como AT (Acompanhamento Terapêutico) é muito recomendada nos contextos citados acima. Isso porque os psicólogos conhecidos como Acompanhantes Terapêuticos (ATs), por atenderem o paciente fora do consultório, em seu ambiente natural, conseguem ter um contato estreito e direto com a realidade de cada família, propondo ações altamente eficazes.