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Sustentabilidade e ESG: Bienal do Livro do Rio de Janeiro e ESG: a potência da literatura com responsabilidade

Bienal_2025

A Bienal do Livro do Rio de Janeiro, um dos maiores eventos literários da América Latina, é muito mais do que uma celebração da leitura. Ela é um espaço de encontro de ideias, culturas, gerações e propósitos. Em um momento em que os compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG) ganham protagonismo em todas as esferas da sociedade, é essencial refletirmos sobre como a cultura literária — especialmente o livro impresso — pode se alinhar a práticas sustentáveis e inclusivas.

A literatura impressa continua sendo um pilar fundamental da educação, da preservação cultural e da formação crítica. O livro físico tem um valor simbólico e afetivo que atravessa séculos. No entanto, sua produção e distribuição trazem impactos ambientais importantes, desde o uso de papel e tintas até a logística de transporte. Nesse contexto, a Bienal do Rio tem um papel relevante: promover o acesso à leitura com responsabilidade ambiental, impulsionando cadeias produtivas mais sustentáveis.

Editoras e organizadores do evento têm avançado em práticas ESG ao adotar papel certificado, incentivar a logística reversa, reduzir plásticos descartáveis e investir em compensação de carbono. A discussão sobre sustentabilidade não se limita à produção, mas abrange também os temas e autores presentes nos estandes, promovendo a diversidade de vozes, a inclusão de escritores periféricos, indígenas, negros e LGBTQIAPN+, e colocando em pauta as urgências climáticas e sociais através da literatura.

A dimensão social do ESG também se expressa na democratização do acesso ao livro. A Bienal tem buscado ampliar sua capilaridade, promovendo visitas escolares, acessibilidade para pessoas com deficiência, descontos populares e espaços de diálogo com autores que representam o Brasil real. Trata-se de um compromisso com a formação cidadã e com o direito à leitura como instrumento de transformação.

Por fim, a governança ética do evento também se mostra em sua organização transparente, na valorização de pequenos editores e na construção de parcerias com responsabilidade e respeito à diversidade cultural. A Bienal do Rio se posiciona, assim, como um modelo possível de evento cultural comprometido com o futuro do planeta e das pessoas.

É tempo de reafirmar o valor do livro impresso — mas com consciência. Que a Bienal continue sendo uma vitrine da literatura e também um espelho de um mundo mais justo, diverso e sustentável.

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