Jornal DR1

JORNAL DR1

Edições impressas

França Antártica e França Equinocial – Tentativas francesa de se estabelecer no Brasil

IMG_8581 (1)

O Brasil era para a França a terra de todos os comércios, ” comércio de  almas” para os protestantes e católicos;  comércio de produtos feito por contrabandistas, piratas ou corsários e o comércio de ideias pelos cientistas e artistas.

A França , de 1500,  vivia  momentos difíceis devido aos constantes conflitos religiosos, internos, entre  a burguesia huguenote/calvinista  e a nobreza católica. Os Protestantes, então, perseguidos pela igreja católica e pela coroa francesa, encontraram na América portuguesa um reduto mais tranquilo.

Por volta do ano de 1555, os franceses perseguidos se estabeleceram e se apossaram da região do Rio de Janeiro. Constituindo, assim, a primeira colônia francesa no país: a França Antártica, fundada pelo francês calvinista Nicolas Durand Villegagnon, que construiu, na Baía de Guanabara o Forte de Villegagnon, entre outras coisas.  Ocupação  que em 1567, culminou com a derrota e expulsão dos franceses do território colonial português,  por Estácio de Sá, sobrinho do então governador Mem de Sá. Não  minando, contudo, o interesse e o entusiasmo francês no território do Novo Mundo.

A  segunda invasão francesa, a França Equinocial, se deu por parte do Rei da França, Henrique IV,  que incumbiu Daniel de La Touche de organizar a viagem de travessia do oceano. Após o falecimento do rei, a Rainha Maria de Médicis, resolveu levar adiante o projeto de invasão do Brasil.

Em 19 de março de 1612, o Porto de Concalle, na Bretagne, amanhece com uma agitação nada habitual, para a época. Após vários dias de preparação, os  3 navios “La Chalotte, conduzido por Nicolas de Harlay de Sancy, Barão de Maulle e Gros Bois e membro do Conselho do Rei; Saint-Annne, comandado  por Isaac Razilly irmão de Francois e Régente, comandado por Daniel de La Touche de La Ravadière e chefe da expedição, após serem abençoados pelo bispo de Saint-Malo, partem  rumo a América Colonial Portuguesa.

Cada navio comportava cerca de 500 pessoas, entre marinheiros seguros de seus objetivos, alguns soldados (150 a 200 – parte nobre da expedição) , alguns colonos, artesãos, agricultores recrutados em Paris e nas Vilas da Costa da  Bretagna e da Normandia; muitos dos quais estavam acompanhados de suas esposas e filhos . Além de 4 padres franciscanos,  dentre  eles padre Claude d’Abbeville e Yves d’Evreux, que deixaram seus testemunhos sobre a vida e os costumes dos índios brasileiros do XVI século. Todos viajando com o mesmo objetivo, se instalar, oficialmente, em nome do Rei da França, em um canto do território brasileiro, precisamente, a costa  Norte  do Maranhão, para fundar uma nova colonial francesa: A França Equinocial.

Foi denominada França Equinocial, os esforços franceses , no século XVI, de colonização de terras brasileiras localizadas em torno da linha do Equador (antigamente denominada de linha equinocial).

O mais significativo legado desse empreendimento colonial é a cidade de São Luiz, originalmente  uma feitoria francesa.

Para facilitar a defesa, os colonos estabeleceram-se numa ilha (Upaon-Mirin. Atual Ilha de Santana), onde construíram o Forte Saint-Louis, atual Palácio dos Leões. No dia08 de setembro de 1612  frades capuchinhos  celebram  a primeira missa em  território brasileiro.

Em sua extensão máxima o território sob o domínio da França Equinocial se estendia desde o litoral maranhense até o Norte do atual estado de Tocantins, dominando, também, quase todo o Leste do Pará e boa parte do Amapá. Foram os franceses os primeiros europeus a alcançarem a Foz do Rio Araguaia, em 1613.

Os principais objetivos dos franceses  foram conquistar novos territórios no Novo Mundo e  fortalecer as relações com os indígenas com os quais trocavam produtos manufaturados , vindos da Europa, tais como espelhos, machados, facões, contas, tesouras, etc.  por produtos naturais extraídos da florestas ( pau-brasil, papagaios, saguis, peixes, frutos, sementes, peles de animais, penas, etc… ) além  de produtos  cultivados pelos indígenas, tais como algodão, tabaco, urucum.

Confira também

Nosso canal

Solenidade Centenário Casa do Minho